ATA DA SEXAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 10-8-2009.
Aos dez dias do mês de agosto do ano de dois mil e
nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos
Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ
Cassiá, Dr. Raul, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nelcir
Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta e Toni Proença. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, João Pancinha, Juliana Brizola, Marcello Chiodo,
Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra e Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador João
Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 144 e 145/09
(Processos nos 3383 e 3384/09, respectivamente); pelo Vereador Paulo
Marques, o Projeto de Lei do Legislativo nº 018/09 (Processo nº 0726/09); pelo
Vereador Waldir Canal, os Projetos de Lei do Legislativo nos 066 e
093/09 (Processos nos 1639 e 2161/09, respectivamente). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 294644, 299493, 304697 e
366255/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo Sérgio Costa
da Costa, Presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul
– ABOJERIS –, que discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 074/09,
que dispõe sobre a permissão ao Oficial de Justiça lotado na Comarca do
Município de Porto Alegre, quando estiver cumprindo mandado judicial, o estacionamento
de veículo em local proibido. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento,
os Vereadores João Antonio Dib, Valter Nagelstein, Pedro Ruas, Nelcir Tessaro,
Mauro Pinheiro, Toni Proença, Luiz Braz e Ervino Besson manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, o Senhor Presidente
registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Fernando Quintana Díaz, Cônsul
do Equador em Porto Alegre, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e
convidando os presentes para eventos a serem promovidos pelo Memorial desta
Casa em comemoração ao transcurso dos duzentos anos da independência do Equador.
Às quatorze horas e vinte e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta minutos, constatada a
existência de quórum. Em seguida, o Senhor Presidente informou medidas adotadas
por este Legislativo para prevenção da Gripe A. Em prosseguimento, foi apregoado o Memorando nº 040/09, de
autoria da Vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje,
no lançamento do Projeto “Lanche Ideal – Desafios para a Juventude”, às quinze
horas, na Rua Vidal de Negreiros, 453, em Porto Alegre. Ainda, foi
apregoado o Memorando nº 105/09, firmado pelo Vereador Sebastião Melo,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência
informa a Representação Externa do Vereador Waldir Canal, hoje, na Oficina “Lei
Federal nº 11.888/2008 – Assistência Técnica para Moradia Social –
Implementação e Operacionalização”, às quatorze horas, no Auditório do
Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Após,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
verbal de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão, conforme deliberado pelo Colégio de Líderes. Em
continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA.
Em Votação, foram aprovados os Requerimentos nos 103 e 104/09. A
seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos nos termos do
artigo 120, inciso VI, do Regimento e deferidos pelo Senhor Presidente,
solicitando votação em destaque para Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de
Lei do Executivo nº 016/09: de autoria do Vereador Pedro Ruas, com relação às
Emendas nos 53, 60, 62 e 63; de autoria da Vereadora Maria Celeste,
com relação às Emendas nos 03, 04, 05, 06, 07, 08, 11, 12, 33, 35,
76, 77, 78, 79, 83, 86, 87, 88, 90, 100 e 101; de autoria do Vereador
Bernardino Vendruscolo, com relação às Emendas nos 10, 32, 34, 49,
50, 51, 70, 71, 80, 81, 84, 85 e 91 e às Subemendas nos 01 apostas às Emendas nos
10, 34, 80, 81, 84, 85 e 91. Ainda, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca dos prazos para apresentação de Requerimentos solicitando destaque na
votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 016/09, tendo-se
manifestado a respeito o Vereador Reginaldo Pujol e tendo o Senhor Presidente
prestado esclarecimentos sobre o assunto. Após, foi apregoado Memorando nº 063/09, deferido pelo Senhor Presidente, de
autoria da Vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, solicitando autorização
para o Vereador Engenheiro Comassetto representar externamente este Legislativo,
hoje e amanhã, na 5ª Reunião da Coordenação Executiva da 4ª Conferência, no
Auditório do Bloco H do Ministérios das Cidades, em Brasília – DF. Em
Discussão Geral e Votação, estiveram o Projeto de Lei do Executivo nº 016/09 e
as Emendas e Subemendas apostas, após terem sido discutidos pelos Vereadores
João Antonio Dib, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Aldacir José Oliboni, Fernanda
Melchionna, Mauro Pinheiro, Valter Nagelstein, Mauro Zacher, Carlos Todeschini,
Sofia Cavedon, Airto Ferronato, Dr. Thiago Duarte, Maristela Maffei, Beto
Moesch, Adeli Sell, Maria Celeste, Bernardino Vendruscolo, Paulinho Ruben Berta
e Nilo Santos. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 016/09,
os Vereadores Pedro Ruas, DJ Cassiá, Ervino Besson e Nelcir Tessaro cederam
seus tempos de discussão, respectivamente, à Vereadora Fernanda Melchionna e
aos Vereadores Valter Nagelstein, Airto Ferronato e Adeli Sell. Também, a
Vereadora Sofia Cavedon propôs que fosse encaminhada sugestão desta Câmara ao
Senhor Prefeito Municipal, para afastamento das funcionárias municipais
gestantes de todas as Secretarias em função da Gripe A, tendo-se manifestado
sobre medidas de prevenção dessa doença os Vereadores Pedro Ruas, Valter
Nagelstein, Dr. Thiago Duarte, Sofia Cavedon, Dr. Raul e Maria Celeste. Ainda,
o Vereador Valter Nagelstein formulou Requerimento verbal, solicitando a
retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini,
durante a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 016/09. Na ocasião, respondendo
a Questões de Ordem e manifestações da Vereadora Maria Celeste e dos Vereadores
Valter Nagelstein e Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca da ordem de votação do Projeto de Lei do Executivo nº 016/09 e das
Emendas e Subemendas apostas. Também, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento
verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando a redução do tempo de
manifestação dos Senhores Vereadores no período de encaminhamento à votação de
Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 016/09. Foi votada destacadamente
e rejeitada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 016/09,
por cinco votos SIM, dezoito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores Aldacir José Oliboni, Reginaldo Pujol, Carlos
Todeschini e João Antonio Dib e pela Vereadora Sofia Cavedon, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Aldacir José Oliboni, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir José Oliboni e Carlos
Todeschini e as Vereadoras Fernanda Melchionna, Maria Celeste e Sofia Cavedon,
votado Não os Vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
DJ Cassiá, Ervino Besson, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben
Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Toni Proença e Valter Nagelstein e
optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Foi votada destacadamente e
rejeitada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 016/09, por
sete votos SIM, quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação
pelos Vereadores Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib, Reginaldo Pujol,
Carlos Todeschini, Maria Celeste e Dr. Thiago Duarte, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni,
Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Pedro Ruas e Sofia
Cavedon, votado Não os Vereadores Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago
Duarte, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario
Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta,
Reginaldo Pujol, Toni Proença e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o
Vereador João Antonio Dib. Na oportunidade, o Vereador Valter Nagelstein
formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando a
votação conjunta de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 016/09,
tendo-se manifestado a respeito o Vereador João Antonio Dib. Ainda, a Vereadora
Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente,
solicitando alteração na ordem de votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei
do Executivo nº 016/09, tendo-se manifestado a respeito o Vereador Valter
Nagelstein. Em prosseguimento, foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 05, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 016/09, por seis votos SIM,
doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores
Aldacir José Oliboni, Reginaldo Pujol, João Antonio Dib, Fernanda Melchionna,
Sofia Cavedon e Airto Ferronato, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini,
Maria Celeste, Pedro Ruas e Sofia Cavedon, votado Não os Vereadores Bernardino
Vendruscolo, DJ Cassiá, Ervino Besson, João Carlos Nedel, João Pancinha,
Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Toni
Proença e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio
Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente convidou os presentes para reunião com a
Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência, a ser realizada
amanhã, às dezenove horas, no Auditório do Colégio Marista Rosário, quando
serão debatidas demandas apresentadas por moradores do Bairro Independência.
Também, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos
regimentais. Foi votada destacadamente a Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 016/09, a qual obteve seis votos SIM, seis votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Aldacir José Oliboni
e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Adeli Sell,
tendo votado Sim os Vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini,
Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Pedro Ruas e Sofia Cavedon, votado Não os
Vereadores Airto Ferronato, João Carlos Nedel, Mario Manfro, Nilo Santos,
Reginaldo Pujol e Toni Proença e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio
Dib, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Na oportunidade, o Vereador Valter
Nagelstein formulou Requerimento verbal, solicitando verificação de quórum.
Ainda, o Vereador Valter Nagelstein informou que, como medida preventiva da
Gripe A, foi cancelada a reunião de amanhã da Comissão de Constituição e
Justiça desta Casa. Às dezoito horas e quarenta minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo Vereador Nelcir
Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos à
TRIBUNA
POPULAR
O
Sr. Paulo Sérgio Costa da Costa, representando a Associação dos Oficiais de
Justiça do Rio Grande do Sul, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10
minutos, para tratar de assunto relativo ao Projeto de Lei que isenta os
veículos dos Oficiais de Justiça do pagamento de estacionamento nas áreas
azuis.
O
SR. PAULO SÉRGIO COSTA DA COSTA: Excelentíssimo Sr. Presidente, Exmos
Vereadores, senhoras e senhores, eu gostaria, primeiramente, de agradecer, em
nome de todos os Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul e, em especial, dos
cerca de 230 que são lotados aqui na Comarca de Porto Alegre, pela celeridade
com que foi deferido o nosso Requerimento, possibilitando assim que a nossa
entidade de classe, que conta hoje com 52 anos e congrega atualmente mais de
90% de todo o efetivo de Oficiais do Estado, somando-se aí os ativos e os
inativos, viesse a utilizar este valoroso e honrado espaço democrático, que é a
Tribuna Popular.
A
nossa participação é um apelo para que este Legislativo apoie e aprove o PLL nº
074/09, de autoria do nobre Ver. Ervino Besson, que diz respeito à permissão
para o livre estacionamento dos veículos dos Oficiais de Justiça, quando em
serviço, nas chamadas áreas azuis.
Como
é sabido, o Oficial de Justiça, sendo o longa manus, ou seja, o braço
longo da lei, é um dos auxiliares da Justiça, cuja atividade é imprescindível
para a realização dos atos processuais, sejam esses de preparação, de
informação ou de execução. Assim, como característica de nossas atividades,
estas são exercidas de forma quase que totalmente externa aos Foros.
Como se dá esse deslocamento? Diferentemente dos
demais segmentos do serviço público que dispõem de viaturas oficiais para
garantir a devida celeridade processual, os Oficiais de Justiça utilizam os
próprios veículos particulares. Não fosse dessa forma, jamais poderíamos falar
sobre celeridade processual. A Justiça estaria engessada se utilizássemos os
meios convencionais de transporte público.
É importante ressaltar que, dentre os muitos
obstáculos encontrados para o efetivo exercício profissional, mais um passou a
nos chamar a atenção: ele está atrelado ao crescimento populacional e ao
correlato número de veículos em circulação, fator que reduziu os espaços para
estacionamento. Em razão disso, a Administração Pública, não dispondo de outra
forma, implementou os estacionamentos com parquímetros, as denominadas áreas
azuis. Tal expediente extinguiu possibilidade de estacionamento permanente,
possibilitando uma grande rotatividade, que nos parece uma forma mais justa e
democrática de se dispor do espaço urbano.
A Administração Publica também não descurou de criar espaços especiais para ônibus, táxis, veículos oficiais e de utilidade pública, face ao caráter social desses meios de transporte.
Por sua vez não podemos desconsiderar que os
veículos particulares dos Oficiais de Justiça também ganham caráter social e de
utilidade pública. Ordens judiciais são instrumentos poderosos que, por vezes,
ante a necessária rapidez com que devem ser executadas, salvam e protegem
vidas, interesses econômicos e sociais.
É certo também que, não raras vezes, os Oficiais de
Justiça enfrentam dificuldades para cumprirem tais ordens judiciais de forma
rápida e célere em razão de não conseguirem lugar para estacionar seus
veículos.
As zonas denominadas de áreas azuis têm provocado
sérias dificuldades para a nossa categoria quando no cumprimento do dever, pois,
ante a necessidade de nos deslocarmos para inúmeros endereços a fim de cumprir
as ordens judiciais, ficamos obrigados a pagar estacionamento a cada diligencia
realizada, e, como é sabido, aumentando ainda mais nossas dificuldades. A
partir deste mês, serão instaladas mais 146 novas vagas de estacionamento
rotativo, reguladas por parquímetros, nos bairros Floresta, Auxiliadora e
Moinhos de Vento.
Excelências, Porto Alegre dispõe de apenas 230
profissionais para atender toda a população. Em 2006, segundo o IBGE, a Capital
possui um milhão e 300 mil habitantes, ou seja, mais de 6.000 habitantes por
Oficial de Justiça, portanto um número de profissionais ínfimo se comparado ao
populacional.
Em razão do exposto, é necessária a adoção de
medidas que facilitem a prestação da atividade jurisdicional de forma a
permitir que os Oficiais de Justiça possam realizar suas atividades sem
sofrerem prejuízos com o pagamento de estacionamento e mesmo com as multas.
Relembrando: esta é uma categoria de profissionais que coloca o patrimônio
particular a serviço do Estado.
Para finalizar, Sr. Presidente, gostaria de
ressaltar que nossos pleitos, nossas lutas são dignas e voltadas a obter do
Estado e da sociedade o devido reconhecimento. Portanto, mesmo que soe como
arrogância, é necessário frisar que não estamos aqui para pedir simplesmente
pedindo, mas para protestar, pois que esse é o direito daqueles que não pedem
favores, mas justiça!
Com a aprovação do PLL nº 074/09, V. Exas. estarão
prestando um grande reconhecimento à nossa categoria e fazendo justiça, a
exemplo do que já ocorreu em outras capitais deste País, como Florianópolis,
São Paulo e Belo Horizonte. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós
agradecemos a sua participação nesta Tribuna e o convidamos para fazer parte
desta Mesa.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; meu caro Sr. Paulo Sérgio Costa da Costa, Presidente
da Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul, eu quero dizer que
tenho muito respeito pelos Oficiais de Justiça, mas, por outro lado, eu penso
que todos são iguais perante a lei. Esta Casa parece estar muito preocupada com
os Oficiais de Justiça já que há dois Projetos de Lei tratando de dar vantagens
aos Oficiais de Justiça. Um, é este que hoje está sendo discutido e que
pretende autorizar a utilização das áreas azuis sem pagamento. A área azul é
uma área pública, sem dúvida nenhuma, mas é de um concessionário, alguém que
tem concessão. Então, não é bem assim que se dá uma facilidade. Já houve
Projetos aqui facilitando algumas coisas nas áreas azuis, e o Prefeito, em
Administração passada, vetou. Por outro lado, o outro Projeto de Lei, que
pretende permitir estacionamento em local proibido, é ir contra o Código
Nacional de Trânsito. Eu acho que essas coisas fazem com que a Câmara perca
tempo e traga ilusões para algumas categorias de que poderão vir aqui pedir
vantagens e que as receberão. Nós não podemos dar o que não é nosso; se cada um
desse o que é seu neste País, o País viveria melhor, porque quem dá o que não é
seu também tira o que não é seu. Então, deixo a minha dúvida sobre a legalidade
deste Projeto proposto pelo Ver. Ervino Besson, e a minha contrariedade. Saúde
e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos recebendo a visita, neste momento, do
Cônsul do Equador em Porto Alegre, o Sr. Fernando Quintana, que está participando
da programação dos 200 anos da Independência do Equador, que está sendo
realizada nesta Câmara a partir de uma iniciativa do Memorial, cuja equipe
queremos parabenizar por essas atividades. A programação que inicia hoje,
integrada pela exposição “Equador Cultural”, é composta de 122 pôsteres da arte
pré-colombiana e colombiana expostos no saguão do Plenário Otávio Rocha,
portanto à disposição da visitação de todos. Ali se podem ver os maiores
tesouros da cultura do Equador. Como se sabe, Quito, sua Capital, é patrimônio
da humanidade. Além disso, às 14h30min, daqui a dez minutos, aqui ao lado, no
Teatro Glênio Peres, será projetado o filme “1809-1810 - Mientras Llega el Día”, de Camilo Luzuriaga,
baseado na obra de Juan Valdano, que retrata, sob a forma de drama histórico, o
processo de independência daquele país. Estão todos convidados a prestigiar a
programação, numa parceria desta Câmara Municipal, através do Memorial, com o
Consulado do Equador em Porto Alegre. Assim, meu caro Sr. Fernando Quintana,
queremos cumprimentá-lo por essa parceria e desejar um sucesso muito grande no
início desta parceria. Peço que o Sr. Fernando Quintana seja recebido com uma
salva de palmas. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, com relação à nossa Tribuna popular, eu quero,agradecendo a
deferência do Líder Ver. Haroldo, e cumprimentando o orador Sr. Paulo Sérgio
Costa da Costa, Presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul; em nome da nossa Bancada, do Ver. Bernardino, do Ver. Dr.
Raul, do Ver. João Pancinha e em meu nome, quero reconhecer o prestimoso
trabalho desta categoria tão importante na construção da justiça e na
efetivação da prestação jurisdicional que são os Oficiais de Justiça, e pedir a
V. Sª que transmita a toda a categoria o nosso abraço, o abraço da Bancada do
PMDB, o abraço do Prefeito José Fogaça, e dizer a V. Sª que nós vamos examinar
com muita atenção, com muito carinho os Projetos de Lei que tramitam nesta
Casa, verificando da sua possibilidade, sobretudo com relação àquilo que diz
respeito à legalidade desses Projetos, e, naquilo que for possível, tenha a
certeza V. Sª e, por favor, transmita isto aos seus colegas, vocês terão o
devido apoio da nossa Bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
Portanto, quero cumprimentá-lo pela sua fala e
manifestar, por fim, os nossos respeitos a essa - volto a dizer - tão operosa
categoria que são os Oficiais de Justiça do nosso Estado do Rio Grande do Sul
e, de um modo geral, os Oficiais de Justiça de toda a Justiça brasileira.
Parabéns, e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente dos trabalhos,
Ver. Adeli Sell; Sr. Presidente da Abojeris, conheço bastante a atividade dos
Oficiais de Justiça, pois lecionei 31 anos atrás, em 1978, na Abojeris, e tive
a oportunidade de conviver com muitos Oficiais. Conheço o trabalho dos Oficiais
de Justiça, sei da importância, e mais, do sacrifício com que é feita essa
atividade. Nós temos o caso heroico do servidor Márcio Vidor, até hoje um
símbolo para toda a categoria em todo o Brasil. Portanto, parece-me mais do que
justo o Projeto que o Ver. Ervino Besson apresenta. Devemos ter em relação a
ele, sim, todo o cuidado, para que ele, não sendo uma exceção, traga outros
casos assemelhados, e possa, de outra forma, ser aprovado por nós, fazendo não
mais do que justiça em relação à categoria, que faz muita diferença para a
nossa sociedade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Pedro Ruas.
O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, em nome da Bancada do PTB, do Ver. DJ Cassiá, Ver. Nilo Santos,
Ver. Alceu Brasinha e Ver. Marcello Chiodo, eu quero aqui cumprimentar o Sr.
Paulo Sérgio, e dizer que dessa família dos Oficiais de Justiça, muitos eu
conheço, desde a época ainda do Presidente que foi o Cabral, o Eduíno, os
Guimarães todos, o Jesus Guimarães, então, eu os conheço de longa data e sei do
trabalho importante que prestam a esta Cidade. Foi muito boa a fala do nosso
colega Pedro Ruas, que lembrou muito bem do Márcio Vidor, que foi assassinado,
prestando serviço.
É preocupante, sim, em diligências que exigem
urgência, ou então em locais como no Centro da Cidade ou no Moinhos de Vento,
onde é difícil o estacionamento, o cumprimento dos mandados. Eu acho que a
nossa Bancada irá analisar bem este Projeto e também entendemos que outros
setores, outras entidades poderão também pleitear isto, porque quem exerce
trabalhos especiais, essenciais para a Cidade também precisa se locomover com
mais facilidade, e muitas vezes fica difícil exercer o seu trabalho justamente
pela falta de estacionamento.
Então, quero dizer que a nossa Bancada é solidária
a este Projeto do nosso colega Ervino Besson; estamos aqui para analisá-lo e
nos somarmos à sua aprovação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Adeli
Sell, que preside esta Sessão, falo em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, quero cumprimentar o Presidente da Abojeris, Sr. Paulo Sérgio
Costa da Costa, e dizer que nós, da Bancada dos Trabalhadores, sabemos o quanto
é importante o trabalho dos Oficiais de Justiça, o quanto é um trabalho
difícil, um trabalho necessário para a Cidade, e sabemos das dificuldades de
estacionamento em nossa Porto Alegre. Então, sabemos o quanto seria necessário
este Projeto, mas nós ainda não o debatemos na nossa Bancada. Queremos fazer um
debate aprofundado sobre este assunto. Podem contar que a nossa Bancada vai
estudar a questão e vai procurar estabelecer o que for melhor para a Cidade. E,
se for necessário, lhe convidaremos para que esclareça o assunto junto à nossa
Bancada, para que possamos chegar a uma decisão justa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni
Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell, quero registrar que também me manifesto em nome da
Bancada do PCdoB, da Verª Maristela Maffei; em nome do PPS, em meu nome, em
nome do Ver. Paulinho Ruben Berta, e do Vereador ora em licença, Elias Vidal.
Quero cumprimentar o Presidente da Abojeris, Paulo Sérgio Costa da Costa, pela
sua manifestação e pela defesa desse Projeto aqui na Tribuna Popular, e dizer
que eu acho que isentar os Oficiais de Justiça do pagamento na área azul muito
mais que um privilégio é a qualificação do trabalho desses servidores públicos
sem os quais a Justiça, muitas vezes, é incapaz de operar. Então, acho que a
Bancada do PPS e a Bancada do PCdoB são favoráveis ao Projeto; não o discutimos
ainda em conjunto, mas na primeira consulta que fiz aos meus Pares, ficou
evidente que somos favoráveis ao Projeto. Mas acho também que o Governo poderia
encaminhar uma negociação junto à EPTC, junto à Secretaria dos Transportes e ao
próprio Gabinete do Prefeito, uma possibilidade de tornar operacional esse
acordo, mesmo sem a lei, embora estejamos tratando de uma lei. Cumprimento o
Ver. Ervino Besson pela iniciativa; contem conosco, e vamos, ao longo do
debate, do discurso, achar a melhor solução, sem dúvida nenhuma.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu quero
cumprimentar também, em nome do meu Partido, os representantes da Associação
dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul, e dizer que nós os admiramos,
porque, afinal de contas, eu acho que cumprem uma das missões mais difíceis que
existem entre todas as profissões. É preciso ter muita coragem, realmente, para
exercer essa função de Oficial de Justiça. E, com toda a certeza, o Projeto
apresentado pelo nosso amigo Ver. Ervino Besson faz justiça, porque, afinal de
contas, sem os Oficiais de Justiça, seria muito difícil que todos os
ordenamentos jurídicos pudessem ter, realmente, os seus objetivos cumpridos.
Então, quero dizer que nós, da Bancada do PSDB, vamos votar favoravelmente ao
Projeto do Ver. Ervino, e queremos cumprimentar os senhores por esse trabalho
difícil que realizam.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli; colegas Vereadores e Vereadoras, eu quero
cumprimentar, de uma forma muito especial, em nome da Bancada do PDT - dos
Vereadores Dr. Thiago, Tarciso, Mauro Zacher, Juliana e em meu nome - o Presidente
Paulo Sérgio Costa da Costa e, em seu nome quero cumprimentar todos os Oficiais
de Justiça. Primeiramente, quero agradecer a todos os Vereadores que fizeram
uso dos dois minutos, como dita o nosso Regimento da Câmara Municipal de Porto
Alegre em período de Tribuna Popular, mas em relação às colocações do Ver. João
Antonio Dib, com todo o cuidado, tenho certeza de que ele, pela sua história
como Prefeito, como um extraordinário Vereador desta Casa, vai ler o Projeto e
vai repensar o assunto, porque o Ver. João Antonio Dib é muito cuidadoso, e sei
como ele analisa os projetos. São 230 Oficiais em Porto Alegre, o que dá um
Oficial para atender a cada seis mil porto-alegrenses. Alguém duvida que o
serviço deles não seja um serviço de risco? O serviço dos Oficiais de Justiça é
um serviço de risco, e, além de eles fazerem parte dessa profissão de risco,
eles ainda utilizam seu próprio veículo. Não é vantagem o que eles estão
pedindo, são condições de trabalho! Por que Porto Alegre vai ser diferente de
São Paulo, de Belo Horizonte, de Florianópolis? Qual é a diferença? Então, se
nesses locais, nessas capitais estão dando condições para os Oficiais de
Justiça, vamos também reconhecer a necessidade disso aqui na nossa cidade de
Porto Alegre, e dar, sim, condições de trabalho a eles.
Tenho certeza de que alguns Vereadores que têm
dúvidas sobre esse Projeto, depois da sua discussão, votarão favoravelmente a
ele em benefício do extraordinário trabalho que a categoria dos Oficiais de
Justiça presta à nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino
Besson finaliza as falas das Lideranças partidárias que receberam aqui a
Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul - Abojeris -, com a
intervenção do seu Presidente, Paulo Sérgio Costa da Costa, a quem agradecemos
pelo uso da tribuna.
Queremos aproveitar, também, para agradecer mais
uma vez a presença do Sr. Fernando Quintana, Cônsul do Equador. Em seguida
haverá uma atividade aqui ao lado, conforme já anunciamos, e, como já disse
anteriormente, Sr. Fernando, que esta seja a primeira de várias parcerias entre
a Câmara Municipal de Porto Alegre e o Consulado do Equador.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h29min.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell - 14h30min): Estão
reabertos os trabalhos. Informo aos senhores e às senhoras que disponibilizamos
para os que entram no plenário, na área externa, álcool em gel e toalhas de
papel, e também à minha esquerda, na área interna do plenário, para que
possamos cumprir o nosso dever de cuidar quanto à questão que tem assolado
nosso Estado, que é a contaminação pela gripe A. O nosso Ambulatório Médico irá
passar por meio das caixas eletrônicas um pequeno aviso quanto a essa questão.
Apregoo Memorando, informando que a Verª Sofia
Cavedon irá representar esta Casa no Projeto Lanche Ideal - Desafios para a
Juventude, promovido pelo Movimento pelos Direitos da Criança e do Adolescente,
e pela Secretaria Municipal da Juventude, no dia 10 de agosto de 2009, às 15h.
Apregoo Memorando, informando que o Ver. Waldir
Canal representará esta Presidência na Oficina Lei Federal nº 11.888/2008, no
dia 10 de agosto de 2009, às 14h.
Quero agradecer a todos que vêm a este plenário
participar dos debates e votações do Plano Plurianual, em especial aos nossos
artistas que demandam a Lei de Fomento, principalmente na área do teatro à
Terreira da Tribo. Muito obrigado pelas presenças.
Solicito às Lideranças que compareçam à Mesa para
uma consulta. (Pausa.)
Conforme acordo com as Lideranças, esta presidência
solicita a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente,
entrar na Ordem do Dia. Após, retornaremos à ordem normal. (Pausa.) Em votação
o Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Havendo quórum, passamos à
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 103/09 – (Proc. nº 3236/09
– Ver. Valter Nagelstein) – requer
a realização de Sessão Solene, no dia 30 de outubro, às 15 horas, destinada a
assinalar o transcurso do Dia do Aviador e o Dia da Força Aérea Brasileira.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o
Requerimento nº 103/09 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO -
VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 104/09 – (Proc. Nº
3332/09 – Ver. João Antonio Dib) – requer
seja o período de Comunicações do dia 14 de setembro destinado a assinalar o
transcurso do 50º aniversário da Federação Riograndense das Associações
Comunitárias e Moradores de Bairros - FRACAB.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o
Requerimento nº 104/09 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2701/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/09,
que dispõe sobre o Plano Plurianual para o
quadriênio de 2010 a 2013 e dá outras providências. Com
Emendas nos 01 a 28, 31 a 72, 74 a 77, 79 a 104. Com Subemendas nos
01 às Emendas nos 10, 13, 16, 28, 34, 36, 39, 41, 44, 74, 75, 80,
81, 84, 85, 91, 93 e 95.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. Airto
Ferronato: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01, 02, 09,
10, com Subemenda nº 01, 13, com Subemenda nº 01, 16, com subemenda nº 01, 28,
com subemenda nº 01, 32, 34, com subemenda nº 01, 36, com subemenda nº 01, 37,
39, com subemenda nº 01, 40, 41, com subemenda nº 01, 43, 44, com subemenda nº
01, 45, 46, 47, 49, 51, 55, 67, 70, 71, 74, com subemenda nº 01, 75, com
subemenda nº 01, 80, com subemenda nº 01, 81, com subemenda nº 01, 84, com
subemenda nº 01, 85, com subemenda nº 01, 91, com subemenda nº 01, 92, 93, com
subemenda nº 01, 95, com subemenda nº 01, 98, 102 e 104; e pela rejeição das Emendas nos
03 a 08, 11, 12, 14, 15, 17 a 27, 31, 33, 35, 38 42, 48 50, 52, 53, 54, 56, 57,
58, 59, 60 a 66, 68, 69, 72, 76, 77, 78, 79, 82, 83, 86 a 90, 94, 96, 97, 99,
100, 101 e 103.
Observações:
- para aprovação, maioria simples de
votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores Art. 53, “caput”, c/c Art.
82, “caput”, da LOM;
- o Projeto será votado com as Emendas
com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- para a votação em separado de Emenda
com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito
por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- após a aprovação de Parecer na CEFOR e
durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do
Regimento);
- retirada as Emendas nos 29,
30 e 73.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o
PLE nº 016/09. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 016/09.
Tenho em mãos um livro - “O Poder do Vereador” -,
que eu já distribui para muitos dos Vereadores desta Casa. Vou ler um trecho.
(Lê.): “O Plano Plurianual é um instrumento de trabalho trienal, onde estão
envolvidos projetos, programas, obras e demais despesas de capital previstas
para esse período. A Constituição não definiu especificamente o que seja Plano
Plurianual de Investimentos, mas encontramos seu real significado na Lei nº
4.320, no seu art. 23, quando cuida especificamente do assunto ao referir-se
que as receitas e despesas de capital serão objeto de um quadro de recursos e
de aplicação de capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo,
no mínimo, um triênio. E, para que se mantenha a continuidade das projeções,
acrescenta, no seu § 1º, que esse quadro de recursos e de aplicação de capital
será anualmente reajustado, acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano,
significando que, na prática, o Plano Plurianual de Investimentos sempre seja
referente a quatro anos, assegurando continuidade às previsões”.
Depois, em outro parágrafo, diz (Lê.): “De tudo se
conclui que o Plano Plurianual de Investimentos tem a finalidade de prever
somente as despesas de capital que o Município pretende dispor ao longo do
período, consideradas as diversas funções e atribuições municipais, que tendem
a sofrer aumentos consideráveis”.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Plano Plurianual
não é mais do que o plano de Governo do Prefeito, que inclui o primeiro ano da
Administração seguinte, porque é assim que tem que ser, já que nós recebemos o
Plano Plurianual no mês de junho.
Acho que seria interessante que não tivesse sido
apresentada a quantidade imensa de Emendas: 103 Emendas! Eventualmente algumas
dessas 103 Emendas seriam lógicas, seriam racionais, seriam até necessárias,
mas 103 Emendas é querer desconhecer que quem foi eleito foi o Sr. José Fogaça
para fazer o Governo, e que, para isso, ele faz o seu Plano Plurianual, e é
esse Plano Plurianual que nós precisamos analisar. Depois, nós vamos ter a Lei
de Diretrizes Orçamentárias, aí nós já podemos falar em emendar alguma coisa.
E, no Orçamento, que virá também este ano - a cada ano vem a Lei de Diretrizes
Orçamentárias e o Orçamento -, nós poderemos fazer algumas alterações, mas não
tantas quantas são feitas neste caso.
Nós vamos passar a tarde de hoje discutindo o Plano
Plurianual, porque cada um que apresentou uma Emenda vai querer destacá-la. A
metade foi aprovada, a metade não foi aprovada; algumas das aprovadas foram
aprovadas com Subemendas. Há alterações feitas em valores. Por exemplo: na
Reserva de Contingência, as Emendas apresentadas superam a Reserva de
Contingência; então não tem como fazer. Há uma série de outras observações a
serem feitas: há um plano qualquer que só vale pra o ano que vem; sobre ele se
colocaram tantas Emendas que não sobra nada para a tal convenção em Xangai ou
coisa que o valha, em razão das necessidades da Cidade.
Votarei favoravelmente ao Plano, me absterei de
votar qualquer Emenda e não assinarei nenhuma solicitação de destaque
apresentada nesta Casa, nesta tarde. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós estamos,
nesta segunda-feira, dia 10 de agosto, no processo de discussão e posterior
votação do Plano Plurianual.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o
PLE nº 016/09.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, anteriormente nós já havíamos nos manifestado, dizendo, Ver. João
Dib, que não concordávamos com a forma que foi dada pelo Executivo ao enviar
para cá o Projeto do Plurianual.
Nós queremos ler a Constituição naquilo que ela
define o que deve ser o Plurianual. Está no art. 165 da Constituição (Lê.):
“Dos Orçamentos - art. 165, § 1º A Lei que instituir o Plano Plurianual
estabelecerá, de forma regionalizada [é claro, estamos falando na Constituição
Federal; temos que passar isso para a Lei Orgânica, e a nossa Lei Orgânica
reproduz mais ou menos esse texto da Constituição], as diretrizes, objetivos e
metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”.
Ora, nós não podíamos, Ver. Airto Ferronato, nesta
fase do Plano Plurianual, estarmos agora fazendo definições de recursos para as
diversas entidades. O que vai ser votado agora no Plano Plurianual... E eu
quero, meu querido amigo Líder do Governo aqui nesta Casa, inclusive fazer uma
justiça aos Vereadores: não é culpa dos Vereadores, de nenhum dos Vereadores, é
culpa da forma como o Executivo mandou o Projeto para cá. Ele mandou o Projeto
para cá de uma forma indevida, e, por isso mesmo, ele provocou nos Vereadores
que apresentassem Emendas também indevidas; já que o Projeto não veio
corretamente, os Vereadores também acabaram fazendo Emendas incorretas. Mas nós
temos que analisar essas Emendas mesmo com as suas incorreções e com a justificativa
de que todos os Vereadores foram instados pelo erro do Executivo. Não podíamos
agora estar oferecendo essas Emendas com os valores já acertados para cada uma
das instituições.
Eu pergunto, Ver. Pedro Ruas, V. Exª que é um dos
bons advogados que senta neste Plenário: o que vai sobrar para as Diretrizes
Orçamentárias, e o que vai sobrar lá para o Orçamento? Porque tudo isso deveria
ser um planejamento. Agora, nós estaríamos, de acordo com art. 165,
estabelecendo aqui diretrizes, objetivos e metas. Não podíamos estar votando já
valores, mas acontece que o Executivo mandou assim, e, porque o Executivo
mandou assim, os Vereadores também acabaram emendando da mesma forma.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu o ouço com atenção, Ver. Luiz Braz, e V. Exª tem
absoluta razão na forma como encaminha o pronunciamento, na medida em que se
qualquer um dos Vereadores se omite do debate, e essa omissão pode ser
traduzida, por exemplo, em não apresentar e não disputar Emendas, e isso pode
parecer para alguma das comunidades - por isso V. Exa tem razão - uma falta de
interesse, já que a forma como está posto o nosso debate realmente dá a
impressão de que seja a votação até de um Orçamento - nem de uma LDO, mas do
próprio Orçamento, já. Então, cumprimento V. Exª pela oportunidade e pelo
bom-senso com que analisa a matéria.
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver. Pedro Ruas.
Eu não apresentei Emendas, mas não vou ficar sem votar as Emendas que foram
colocadas no Projeto. Dentro daquilo que foi indicação de V. Exª, Ver.
Ferronato, de acordo com aquilo também que ficou estabelecido junto ao próprio
organismo que trata deste assunto junto ao Executivo Municipal, acho que
podemos, então, fazer a votação orientada sem causar prejuízo às instituições
que já estão beneficiadas de alguma forma pelas Emendas que foram apresentadas,
mas, é claro, que não aceitando algumas Emendas que são desmesuradas e que vêm
exatamente para fazer apenas uma disputa política dentro do processo. Aí não seria
justo que estivéssemos simplesmente aprovando essas Emendas de forma
indiscriminada e prejudicando os planos do Prefeito Municipal.
Mas eu acho que o Executivo deve rever, Ver. Pujol,
essa forma de enviar o Projeto do Plano Plurianual para esta Casa. Acho que ele
não pode continuar fazendo deste planejamento praticamente uma simplificação,
mandando num Projeto só praticamente todas as fases deste planejamento. O
Executivo deve rever isso, e, para os próximos Plurianuais, deveríamos voltar a
obedecer ao planejamento que é ditado pela Constituição, que está na nossa Lei
Orgânica e que, por isso mesmo, deveria ser obedecido por todos nós. Mas, como
não foi feito isso, vamos seguir a regra do jogo, e vou ficar com o Relator,
Ver. Ferronato, praticamente dentro de quase todas as suas indicações, somente
me furtando daquelas de maior vulto, que vão ficar realmente fora da votação.
Mas àquelas com valor menor e àquela que eu já disse que votaria, porque faz
muita justiça pelo trabalho do Terreira da Tribo, nós vamos também dar o nosso
voto favorável.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pela primeira vez
voto um Plano Plurianual dentro dessa nova sistemática que se estabeleceu, pela
qual, além de serem oferecidas as diretrizes que esses programas plurianuais
tradicionalmente ofereciam, estabelecem-se recursos que, em tese, satisfarão as
necessidades dessa diretriz ou dessas diretrizes.
Quero fazer uma confissão aos Srs. Vereadores: não
tive, nem poderia ter, a oportunidade de examinar este Projeto, Ver. Mauro
Pinheiro, com a profundidade que seria a razoável que cada um de nós pudesse
fazer. Vamos reconhecer que não deve ser um fato isolado, especialmente
relacionando àqueles que, como eu, integram uma Bancada de um único
representante ou de poucos representantes, que devem ter essa dificuldade. Por
isso tomei a cautela de verificar o assunto de forma macro, não indo ao seu
detalhamento. E vou confessar, com toda a lisura, que, depois de pensar
bastante, resolvi tomar uma posição. Eu sempre defendi, Ver. Nedel, a
importância dos trabalhos das Comissões Permanentes da Casa, sempre entendi que
os seus relatórios merecem ser por nós considerados de modo que certamente uma
Comissão de Constituição e Justiça, numa matéria estritamente jurídica, ou uma
Comissão Economia, Finanças, Orçamento, como é o caso da matéria que estamos
votando, certamente que os seus integrantes esmiuçaram a matéria para depois
oferecerem seu Parecer. Acresce, Ver. Mauro Zacher, uma circunstância: no caso
concreto, o Parecer prolatado é de autoria do Ver. Airto Ferronato, pessoa que
não tem a minha posição política, muito antes pelo contrário; as nossas
posições políticas são antagônicas - por que não dizer? -, apesar de sentarmos
ao lado um do outro. Apesar de eu ter com o Ver. Ferronato uma forte
divergência de cunho ideológico, a minha convivência com ele, ao longo do
tempo, dissipou qualquer dúvida que eu pudesse ter a respeito da sua honradez
pessoal e da sua competência. Essa é uma matéria eminentemente técnica, e, por
coincidência, é da área do Ver. Ferronato; ele é originário da área fazendária.
Às vezes eu tenho que ter algum cuidado com ele, porque o pessoal da Fazenda
gosta muito de cobrar imposto; mas como aqui se trata de organizar despesa,
esse temor podemos deixar de lado, pois a Receita vai ser estimada de outra
forma.
Então, eu vou, lisamente, Vereador-Presidente, confessar:
o meu voto será inteiramente comprometido com a confiança que eu tenho no
trabalho técnico do Ver. Airto Ferronato. Votarei a favor do seu Relatório, e,
votando a favor do seu Relatório, digo claramente que votarei a favor do
Projeto e de todas aquelas Emendas e Subemendas que o Relatório está-nos
recomendando. E, com isso, cumpro o meu papel com a coragem da convicção
pública, de que não esgotei o exame dessa matéria e que, ao não fazê-lo,
entendi de delegar a minha confiança a alguém que eu entendo merecedor dessa
confiança pelas suas qualidades técnicas e pela sua honradez pessoal. Era isso,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores, Vereadoras, público que nos
acompanha pelo Canal 16 e demais pessoas aqui presentes no dia de hoje, fiquei
satisfeito quando o nobre colega Ver. João Dib disse que o Plano Plurianual não
deixa de ser uma proposta de Governo. Vejam só, o Governo Fogaça manda para
esta Casa uma proposta de Governo em que um conjunto de 36 Vereadores, de
imediato, apresenta 104 Emendas. Que proposta de Governo é esta em que num
segmento contemplado por Emendas de Vereadores, agora elas vão ser esquecidas?
Porque, na grande maioria, o Governo, através da sua posição trazida
para a Câmara, rejeita a maior parte das Emendas.
Pois bem, uma das atribuições que os Vereadores têm
- além de apresentarem Projetos a esta Casa - é, sem dúvida, fazer Emendas ao
Plurianual, e fazer Emendas ao Orçamento do Município. De que forma o Governo
está olhando para a Câmara como uma ideia de complementação dos programas e de
políticas públicas para a Cidade, se ele não consegue visualizar os Vereadores?
É sempre um rolo compressor.
A entidade que está aqui no dia de hoje, e que tem
acordo para aprovar a Emenda, mais especificamente a Terreira da Tribo, só
conseguirá aprovar a Emenda porque tem um amplo acordo de inúmeros Vereadores.
E os outros segmentos, que não puderam estar aqui, como poderão fazer pressão
para poderem aprovaras suas Emendas?
Eu diria que essa Peça Orçamentária, essa peça do
Plurianual, sinceramente, é um escândalo; é uma peça de ficção, ela não representa
os anseios da sociedade porto-alegrense, porque ela não reproduz a prática.
Como eu disse antes, são 104 Emendas, e a maioria
rejeitou! O Governo não está visualizando os 36 Vereadores! Visualiza alguns,
porque acabam concordando, muitos deles, com a ideia de votar, ou fazer a
troca, como o Líder disse aqui, por 50 mil reais; por Emendas de 50 mil reais!
Dá vontade de pegar esses 50 mil reais e rasgar, para mostrar para o Governo
que não é assim que se faz política, não é com toma lá dá cá.
Nós precisamos criar coragem e valorizar a Câmara
Municipal de Porto Alegre, e trazer, concretamente, políticas que vão agregar
ao Plano Plurianual.
Todas as Emendas, por exemplo, que eu apresentei,
como muitos aqui apresentaram, indicam políticas públicas. Pergunto: Quais
foram as diretrizes que o Governo apresentou para o Programa de Saúde da
Família? Quais foram as diretrizes que o Governo apresentou para uma possível
ampliação do SAMU? Quais foram as diretrizes que o Governo apresentou para os
próximos quatro anos na recuperação das Unidades de Saúde em Porto Alegre?
Quais foram as diretrizes que o Governo apresentou para fazer as Parcerias
Público-Privadas para os prestadores de serviços de Porto Alegre, ampliando o
atendimento na compra de internações, de exames laboratoriais e até mesmo de
consultas?
O Governo não visualiza a Câmara de Vereadores, e,
mais uma vez, dá uma demonstração clara e precisa de que para ele tanto faz
como tanto fez; ele tem maioria, o que prevalece é o rolo compressor.
Então, nesta manifestação eu quero mostrar a minha
indignação, porque é um desrespeito a esta Casa quando ele manda - conforme
disse o Ver. João Antonio Dib - a Peça governamental dele através do Plano
Plurianual, e não reconhece a existência da Câmara Municipal, somente para
votar, mas não visualiza as Emendas que os Vereadores apresentam, que são, sim,
uma contribuição para o próprio programa do Governo; são, sim, contribuição! Os
Vereadores fiscalizam - uma das suas atribuições é esta -, e apontam
indicativos importantes para o Plano Plurianual, por que não acatá-los?
Digam-me uma coisa: onde há aqui alguma diretriz sobre o metrô de Porto Alegre?
Pois ele vetou a Emenda que trata do metrô de Porto Alegre!
Então, sem dúvida nenhuma, é um absurdo! Eu quero,
com esta manifestação, repudiar esse tipo de atitude do Governo em não
reconhecer os Vereadores, em não valorizar a Cidade, porque, afinal de contas,
a Câmara é o controle social da Cidade, e, por essa razão, eu aqui registro o
meu protesto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Quero
aproveitar para apregoar o Requerimento de autoria do Ver. Pedro Ruas e outros
Vereadores, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 53, 60, 62,
63 ao PLE nº 016/09.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLE nº 016/09.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Ver. Adeli
Sell, na presidência dos trabalhos; Vereadoras, Vereadores, público que nos
assiste, eu queria, neste momento de discussão do Plano Plurianual, trazer um
debate fundamental: quando nós recebemos o Plano nesta Casa e fomos orientados
sobre a existência da possibilidade de se construírem Emendas populares ao
Plano Plurianual, foi dado a todos os Vereadores, em uma discussão, o prazo de
quatro dias, em razão dos prazos regimentais de tramitação do Plano Plurianual.
Com isso, quero dizer que, para nós, um debate sobre a Cidade, sobre o
planejamento dos próximos quatros anos para a Cidade, um debate que tem
justamente a ver, ainda que não explorado pela imprensa, com os problemas reais
da Cidade, que tem a ver com a verba que falta no Posto de Saúde da Santa Rosa,
que tem a ver com a verba para a construção de teatro popular, que tem a ver
com o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre, e que pode ter Emendas populares,
é triste que este mecanismo não tenha sido divulgado. Eu acho que é preciso
saudar aqueles que conseguiram apresentar as Emendas populares no prazo, e, ao
mesmo tempo, lamentar que em Porto Alegre só haja duas Emendas populares - e
nós, do PSOL, fizemos questão de estimular e incentivar a apresentação delas.
Com isso, quero agradecer a presença dos companheiros da Santa Rosa,
parabenizar a Maria Angélica, a Lurdes, o Arilton, o Edgar, os companheiros que
passam por um problema muito grave na Santa Rosa. Vocês sabem que tem um posto
de saúde com um só médico, clínico geral, e que eles, inclusive, têm um vídeo
no YouTube que mostra as pessoas esperando na fila por 10, 12, 18, 20 horas,
para conseguir um tíquete para ser atendidos. Um posto que atende a 80 mil
pessoas da região, seis bairros, tem um só médico, em tempo de gripe suína, mas
eles não se contentaram. Eles se mobilizaram, apresentaram a Emenda, que está
no bloco para ser aprovada por consenso. Eu estou otimista que vai ser
aprovada, mas é fruto do trabalho de vocês.
Há também a Emenda da Helena Cristina e da turma da
Associação do Sarandi, prevendo mais verbas para o SASE, para o que coletaram
mais de 300 assinaturas da comunidade para poder apresentar.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Fernanda Melchionna, apenas para
cumprimentar V. Exª pelo trabalho de coleta de assinaturas dos nossos colegas
Vereadores e para agradecer a esses mesmos Vereadores a gentileza de assinarem
o Requerimento do PSOL. Também quero informar que me inscrevi para discussão do
Projeto neste momento, então, quando terminar o seu tempo, V. Exª tem mais
cinco minutos que a Mesa lhe concede pela minha inscrição.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver.
Pedro Ruas. Agradeço, porque, de fato, tem bastantes coisas para serem
discutidas nesta fase de discussão do Plano Plurianual e, fundamentalmente, há
necessidade de mobilização, há necessidade de nós, enquanto Vereadores, nos
enxergarmos como uma representação. Mas não uma representação com carta branca,
que necessariamente sabe de todos os problemas do povo. Ao contrário, uma
representação como aquela que estimula o povo a se organizar, que estimula a
mobilização das pessoas e que são sensíveis aos problemas reais e os transformam
em pauta de reivindicação e de mobilização, como a Associação da Santa Rosa que
deu um exemplo, a quem eu quero, de novo, parabenizar.
Assim como os artistas que hoje estão no plenário,
os artistas da Terreira da Tribo, os artistas que aprovaram a Lei de Fomento
nesta Casa durante o primeiro semestre, fizeram, também, na discussão da
Cultura em Porto Alegre. Porque é verdade que o projeto da Terreira, a
necessidade que nós apontamos de construir uma sede, um teatro que, de fato,
possa servir fisicamente para as oficinas populares, que este grupo que há 25
anos tem um trabalho belíssimo, fundamental para a cidade de Porto Alegre. Que
se possa fazer desta sede um espaço, uma oficina de atores, um espaço de
formação, um espaço de apresentação dos seus trabalhos que são apreciados por
aqueles que têm recursos para ir ao teatro, mas também são apreciados por
muitos que não conseguem botar os pés nos teatros convencionais por falta de
recursos, mas que podem assistir às peças nos teatros de rua, na Restinga, na Vila
Pinto onde o grupo as desenvolve. Foi possível, e eu estou otimista com relação
à aprovação da Emenda da Terreira da Tribo, graças à mobilização dos artistas,
dos atores, daqueles que vieram semanalmente aqui, de gabinete em gabinete,
pedindo que os Vereadores aprovassem a sua Emenda, pedindo o apoio de diversos
Vereadores desta Casa para que hoje a gente possa aprovar, por consenso, esta
Emenda da Terreira da Tribo.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): V. Exª tem
mais cinco minutos para discutir o PLE nº 016/09, cedidos pelo Ver. Pedro Ruas.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Com isso,
quero parabenizar o trabalho de vocês e dizer que eu estou otimista, que nós
poderemos aprovar, por consenso, uma Emenda de um milhão de reais, permitindo a
construção de uma parte da sede. Mas a luta recém começou, nós vamos ter que
batalhar para executar isso. Eu tenho certeza de que estaremos juntos, do mesmo
lado, batalhando para que esse recurso seja executado.
Muitos outros temas e debates da Cidade são
importantes neste momento, e alguns debates fundamentais foram rejeitados.
Portanto, gostaria de agradecer aos dois Vereadores que assinaram o nosso
Requerimento, pedindo para destacar quatro Emendas que o PSOL acredita serem de
fundamental importância para a cidade de Porto Alegre. Uma delas é sobre o
Hospital de Pronto-Socorro da Cidade. Nós, aqui nesta Casa, estamos, desde o
início do ano, Ver. Dr. Thiago, Ver. Carlos Todeschini, Ver. Dr. Raul, trazendo
os problemas do Pronto-Socorro de Porto Alegre, um pronto-socorro que é uma
referência para o Estado inteiro em termos de queimados, em termos de
traumatologia e, ao mesmo tempo, está sendo sucateado. O Pronto-Socorro ficou
quase um ano sem aparelho de ecografia; que funciona com 60% dos funcionários
que deveria ter e que, às vezes, a gente chega lá e vê as pessoas ficarem na
fila por dez horas para serem atendidas no pronto atendimento. O Pronto-Socorro
que sofreu um surto de acinetobacter, que é aquela bactéria que prolifera em
índices maiores e pode levar inclusive à morte quando faltam condições de
higiene. Os Vereadores e Vereadoras que conhecem o Pronto-Socorro sabem dos
graves problemas por que os trabalhadores passam: uma lavanderia em que se
colocam todas as roupas, de todos os pacientes, independente de doença - se é
infectocontagiosa ou se não é - para lavar; com um setor terceirizado e sem
condições de proteção individual; o Pronto-Socorro que é procurado em qualquer
caso, independe da classe social, para casos de emergência; o Pronto-Socorro
que protagonizou uma luta, há dois meses, em defesa da insalubridade dos
funcionários e que pede mais verbas, mais recursos, mais investimentos.
Nós queremos discutir no Plano Plurianual, porque
não é possível que, neste momento de crise na Saúde, de gripe suína tomando
conta do nosso Estado, não se tenha mais investimentos na Saúde. Não é possível
que, neste momento de grave crise na Saúde, o Pronto-Socorro continue com as
suas verbas minguadas, apesar do excelente atendimento que os funcionários dão
para a população de Porto Alegre e para o restante do Estado.
Nós queremos debater que é possível, sim, investir
dez milhões de reais no Pronto-Socorro. O que não é possível é que a Prefeitura
estime que em quatro anos vão-se gastar 55 milhões de reais com publicidade;
isso é que não é possível: discutir verbas exorbitantes de publicidade deste
Governo.
Nós também queremos debater a questão dos Caps-AD,
que são os Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas, para os
casos não só de alcoolismo, mas, sobretudo, neste momento de epidemia do crack,
porque nós achamos que a área da Saúde mental avançou muito no debate de
integrar o atendimento da Saúde ao da Assistência Social e com as visitas
familiares. Portanto, não é possível que Porto Alegre não apresente uma
alternativa para aqueles jovens já viciados nessa droga brutal e assassina e,
ao mesmo tempo, não têm onde se internar.
Quem aqui já não passou por algo parecido ou já não
viu alguém consumido pelo vício, que quer se internar, mas não consegue vaga?
Eu já vi centenas de casos, lá na Ilha dos Marinheiros, lá na Ilha da Pintada,
de famílias de carroceiros que não têm nem o que comer em casa, e o Poder
Público é incapaz de oferecer vagas para o tratamento de doenças como a
drogadição, o vício em crack.
Quero dizer que, dentre as Emendas destacadas,
existe outro debate que para nós é fundamental e que foi rejeitado, que é com
relação ao Orçamento Participativo. O Executivo já míngua o Orçamento
Participativo com pouco recurso, mas é impossível que menos de 60% das verbas
do Orçamento Participativo sejam executadas. Nós fizemos Emenda, garantindo a
execução integral do Orçamento Participativo. Fizemos Emenda para discutir a
dívida interna do Município de Porto Alegre e a dívida externa, que consome 70
milhões de reais dos cofres públicos, e aposto que ninguém aqui neste plenário
sabe de quem é a dívida, para onde vai a dívida, quem é que fez a divida. E nós
sabemos que os banqueiros, os grandes empresários e a elite se aproveitam do
mecanismo da dívida pública para sugar o dinheiro dos cofres públicos.
Portanto, nós, do PSOL, gostaríamos de uma auditoria. Infelizmente, essa Emenda
foi rejeitada, mas o debate político sobre a dívida pública tem que ser feito
sempre, e sempre será feito pelo PSOL. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Aproveito para
apregoar seis Requerimentos, todos atinentes ao Plano Plurianual, assinados
pela Verª Maria Celeste e outros Vereadores, solicitando votação em destaque da
Emenda nº 78; Emendas nº 86, 87, 88; Emendas nº 76, 77, 79; Emendas nºs 03, 04,
05, 06, 07, 08, 11, 12, 33, 83 e 101; a Emenda nº 100 e as Emendas nºs 90 e 35.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLE nº 016/09.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras, senhores e senhoras, quero começar falando sobre a
importância do Plano Plurianual, em que estamos discutindo diretrizes para mais
de R$ 15 bilhões de reais para os próximos quatro anos. Nós, Vereadores, temos
que dar toda a atenção, pois são valores bastante subjetivos.
Quanto ao voto que dei ao Relatório da CEFOR,
conforme o Ver. Reginaldo Pujol falou - os Vereadores da Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul são os que têm a obrigação maior de estar por
dentro do Plano Plurianual -, quero dizer que fui contrário ao Relatório do
Ver. Airto Ferronato, não pela sua pessoa ou por pensar que ele não tem
capacidade para isso - pelo contrário, sabemos da sua capacidade e de sua
habilidade para fazer esse Relatório -, mas pela falta de tempo e pelo atropelo
para votar um Projeto de diretrizes que envolve mais de R$ 15 bilhões de reais
para toda a Cidade, para os próximos quatro anos. Eu não posso compartilhar do
fato de o Vereador ter um prazo de menos de 24 horas para estudar e votar um
Relatório dessa amplitude. Portanto, fui contrário ao Relatório, e tenho
certeza de que todos os Vereadores concordam que nós temos que ter prazo
suficiente para estudar e discutir o Plano Plurianual. Não podemos votar
atropeladamente, quando o futuro da nossa Cidade está em jogo.
Agora, uma das questões que me preocupa neste Plano
Plurianual é que o Governo atual, Ver. Tarciso, disse que tinha um compromisso
com algumas questões da Cidade, e, estudando o Plano Plurianual vi que essas
diretrizes não estavam contempladas, o que nos preocupa muito, porque se o
Município tem a proposta do metrô, por exemplo, assunto muito discutido nesta
Casa, principalmente com a proximidade da Copa do Mundo em 2014, no Plano
Plurianual não está previsto o metrô. Fica difícil de entender um Governo que
fala que quer o metrô, mas na hora de fazer previsões, de deixar a janela
aberta, Ver. Todeschini, ela não está aberta; não tem previsão de metrô. Não
somente o metrô, mas a ampliação dos PSFs, dos pronto atendimentos, dos centros
de especialidades em Saúde, das obras viárias estruturantes na Zona Norte, da
orla do Guaíba, nada disso está previsto no Plano Plurianual. O pior ainda é
que Vereadores do Partido dos Trabalhadores, preocupados com isso, colocaram
Emendas para abrir essa janela - não que vá se colocar todo o orçamento
necessário, mas que pudesse ter a janela aberta para realmente podermos trazer
o metrô para Porto Alegre, uma obra tão necessária para a nossa Cidade - e
essas Emendas foram rejeitadas pelo Relator Airto Ferronato. Isso tem nos
preocupado, e por isso não podemos aceitar um Plano Plurianual onde não estão
previstas questões significativas para esta Cidade. O metrô em Porto Alegre é
uma necessidade pela falta de condições de nosso trânsito, pela dificuldade no
deslocamento. O Ver. Paulinho Ruben Berta sabe disso; a Av. Assis Brasil, a
Sertório, a Zona Norte e Zona Sul são regiões de difícil acesso, porque não
conseguimos voltar para casa, perdemos muito tempo, e questões como o metrô não
estão previstas no Plano Plurianual. Portanto, é necessário agora que
discutamos Emendas como estas do Partido dos Trabalhadores e do PSOL; é
necessário colocá-las no Plano Plurianual. Agradecemos aos Vereadores que junto
com o Partido dos Trabalhadores e o PSOL assinaram para podermos discutir essas
Emendas rejeitadas na CEFOR.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente
Ver. Adeli Sell; Sr. Secretário, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, pois veja, Presidente, como é espinhosa essa função que me cabe de
ser o Líder do Governo, primeiro, porque precisamos tentar, da melhor forma
possível, homogeneizar o pensamento de 26 Vereadores que compõem a nossa base,
e sei que isso não é fácil; segundo, porque precisamos lidar - e é do jogo
democrático - com uma oposição que é extremamente aguerrida, mas que tem as
suas incoerências, é óbvio.
Eu ouvia a fala dos meus ilustres colegas
Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores e me lembrava do seguinte:
nós estamos fazendo aqui, obviamente, uma disputa política. E me lembrava - e
queria perguntar em aparte - quando nos Governos da Administração Popular - e
foram 16 anos -, um Vereador propôs Emenda? Quando, Ver. Todeschini? Nunca!
Nunca! Havia uma figura do centralismo democrático em que os Vereadores não
apresentavam Emenda; não podiam apresentar Emenda! Não podiam apresentar
Emenda! Agora, enchem a boca na tribuna - é uma prerrogativa - para dizer que
este Governo é autoritário, que está construindo uma peça de ficção! Qual é o
Orçamento que não é, em última análise, uma peça de ficção? Porque é uma
projeção, é uma expectativa, é um desejo de destinar recursos a determinadas
rubricas.
São 49%, quase 50% dos orçamentos deste Plano
Plurianual destinados a ações sociais, e aí nós não temos compromisso nenhum
com o social: 49%, quase 50% destinados à Educação, à Saúde e à Assistência
Social. Quem diz que não é isso, me desculpe, não leu o Plano Plurianual.
Mas dentro da nossa própria Casa também temos de
olhar para nossas questões. Nós fizemos três reuniões, para as quais foram
convocados todos os Vereadores. Destas reuniões, nós fizemos propostas, sendo
que a primeira delas - por amor à justiça -, dizia o seguinte: “O que nós
estamos oferecendo aos Vereadores da base, nós estamos oferecendo aos
Vereadores da oposição”. Aí disseram o seguinte: “Estão querendo fazer aqui a
Comissão do Orçamento do Congresso Nacional”. Quem mais emendou está nos
acusando de fazer isso! Quem mais propôs Emendas ao Orçamento, disse que nós
estávamos fazendo isso! E nós não negociamos, Ver. Pujol, nada! Nós não
propusemos nenhuma troca, não propusemos nenhuma barganha, nada! Está aqui a
Elen, que é jornalista do Jornal do Comércio, veículo no qual foi publicado o
repúdio da oposição à nossa prática. Mas há prática mais justa que esta, Ver.
Mauro Zacher, Líder do PDT, de oferecer à oposição o mesmo que está se
oferecendo à base e de criar equidade? Fizemos três reuniões, acertamos nas
reuniões com os Vereadores e todos os Vereadores da base do Governo, os vinte e
seis foram convidados. Houve Vereadores que não quiseram ir, o que é uma
faculdade dos Vereadores, mas acertamos que não íamos assinar destaque.
É difícil a minha situação, porque hoje eu sou
Líder circunstancialmente; amanhã, queira Deus, seja outro Vereador da nossa
base o Líder! Eu gostaria que se colocassem na minha posição, que
experimentassem, às vezes, as facilidades, mas, outras vezes, as agruras de
exercer esta função de ser Líder do Governo! Eu não desejo exclusividade; não
quero, não nasci na função de Líder do Governo! E se o Prefeito assim entender,
amanhã, também não estou! E não muda nada, porque o meu trabalho está vinculado
àquelas pessoas que me elegeram para o exercício deste mandato, às quais eu
dirijo os meus olhos e digo que estou trabalhando com afinco, com denodo e com
seriedade! Estou defendendo o Governo, sim, de forma aguerrida, sim! O Ver.
Valter é beligerante às vezes!? É! Enquanto eu assumir este compromisso de
defender o Governo, até o último momento, Sr. Presidente, eu me sinto
moralmente vinculado a esta obrigação! Agora, quero dizer que estou sendo leal
quando eu faço essas cobranças; e quando eu me dirijo à oposição, eu digo o
seguinte: não nos cobrem aquilo que não fizeram quando eram Governo, porque não
é assim que se constrói política! A política precisa de coerência, a política
precisa de amor à verdade!
Eu concluo, Sr. Presidente, dizendo que tenho aqui
em mãos a cópia, por parte do Governo, da avaliação que fez de todas as
Emendas. Eu estou passando, Sr. Presidente, esta cópia (Mostra documentos.) a
cada um dos 26 Vereadores da nossa base, e, se quiserem, os Vereadores da
oposição também terão esta cópia.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver. Valter
Nagelstein, V. Exª tem mais cinco minutos, cedidos pelo Ver. DJ Cassiá, para
discutir o PLE nº 016/09.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Ver. DJ
Cassiá, agradeço a V. Exª, agradeço ao Ver. Nilo, agradeço ao Ver. Marcello
Chiodo, agradeço à Bancada do PTB, porque aqui está o mapa com as razões.
Quando eu ouço um nobre Vereador com experiência nesta Casa, Verª Fernanda, que
sobe e diz que o Governo errou - com todo o respeito, não é o caso de V. Exª -,
mas sempre erramos, às vezes por omissão; outras, por excesso. É da vida, e é
da nossa condição humana, falíveis que somos. Nenhum de nós tem a pretensão de
ser perfeito, cada um tem as suas idiossincrasias, cada um tem aquilo que o
outro enxerga como defeito, aquilo que o outro, às vezes, enxerga como
qualidade, mas o que quisemos fazer - aqui está o Ricardo lá do GPO -, ao longo
desse processo todo, Ver. Pujol, foi ensejar a cada um dos Vereadores a
informação mais detalhada possível. Os Vereadores dizem: “Olha o Governo abriu
demais”. Mas se por um lado nós tivéssemos mandado as rubricas sem nenhuma
abertura dizendo: é tanto para aquilo, é tanto para aquele outro, também
estaríamos sendo acusados, por outro lado, de não sermos transparentes ou
sermos pouco transparentes. Então, esta tarefa, nós sabemos que é complicada, é
difícil, é trabalhosa.
Volto a dizer: certamente eu tenho mais defeitos
que virtudes, mas não tenho o defeito da falta de franqueza, da falta de
lealdade - às vezes, na política, isso se constitui como defeito. Acho que não
é uma questão nossa, da base; todos os nossos Vereadores são extremamente
leais, todos! Não estou levantando, por favor, suspeição nenhuma com relação a
isso. Só estou lembrando, Ver. Mauro Pinheiro, que nós aqui estamos fazendo - e
é bom, é saudável e é do jogo - uma disputa política, porque, por mais que nós
demos ou venhamos a dar, nunca será suficiente àqueles que não querem
reconhecer o nosso esforço, nunca! Qualquer esforço, qualquer mão que nós
estendermos, ela jamais será suficiente. Fizemos aquilo que estava ao nosso
alcance.
Nós queríamos, Sr. Presidente, enfrentar esta
questão do Plano Plurianual com aquela faculdade que a população de Porto
Alegre, na sua maioria, nos deu, ou seja, com o direito de governar a nossa
Cidade com a nossa visão e com a nossa plataforma política. Obviamente, só em
processos totalitários não se discute a contestação desse caminho político -
não é isso que nós que queremos.
Quero, mais uma vez, fazer um apelo aos meus
queridos e ilustres Vereadores da base do Governo. Somos um Governo
transparente, não somos um Governo de retórica, mas de verdade. Aqui está a
Terreira da Tribo, e eu quero lembrar que foi o Prefeito José Fogaça que
reconheceu a história da Terreira da Tribo, que trabalhou para que fosse feita
a doação do espaço onde ela está. Há pouco estava aqui o Caco, Ver. Bernardino,
e nós aprovamos a Lei do Fomento; aprovamos, inclusive, com o trabalho deste
Vereador, solicitando Regime de Urgência para que a Lei de Fomento ao Teatro fosse
aprovada! Aprovamos a Usina das Artes! Então, somos um Governo aberto, que é
parceiro de todas as iniciativas que vão ao encontro do interesse maior.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Valter, eu sou soldado dessa luta, e
já fiz esse desabafo diretamente ao Sr. Prefeito, até porque o problema não é
deste Prefeito, é um problema de Porto Alegre, dos Prefeitos que até aqui
chegaram. Nós precisamos destinar verbas, investir na cultura tradicionalista gaúcha.
Não temos nada mais a mostrar, agora, na Copa do Mundo, a não ser aquilo que é
nosso. Então, infelizmente, esta cultura é de Porto Alegre, ou seja, de não
investir naquilo em que é nosso, com todo o respeito.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado,
Ver. Bernardino. A sua fala é importante, e não há dúvida de que isso faz parte
da nossa razão de existir; é nisso que fomos forjados.
Sr. Presidente, eu quero deixar um apelo aqui, não
com relação ao Orçamento propriamente dito, mas às Sessões que se avizinham. O
Ver. Dr. Thiago e o Ver. Dr. Raul estão fazendo um alerta que me parece muito
procedente com relação à questão da gripe suína, que é, infelizmente, um novo
flagelo.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Faremos uma
Reunião Extraordinária da Mesa.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Deixo aqui
registrado o meu apoio à iniciativa dos Vereadores, e sugiro que, quarta-feira,
quando se espera uma Sessão com afluxo de várias pessoas ao plenário, por uma
medida de bom-senso - nós não temos como fugir das nossas responsabilidades de
estarmos aqui para receber quem nos procura em nossos gabinetes -, possamos,
Sr. Presidente, pelo interesse maior, que é o interesse público, restringir o
acesso às galerias da Casa.
Muito obrigado. Agradeço V. Exas. pela paciência e
pela compreensão.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Valter Nagelstein. Sobre essa questão, eu quero apelar para todas as servidoras
que estiverem grávidas, que passem no ambulatório médico para seguir
orientações.
Como eu já disse anteriormente, nós temos álcool em
gel na entrada do plenário, nos caixas eletrônicos, para todos os servidores e
Vereadores. A Drª Rosa, que é nossa Coordenadora do Ambulatório, vai enviar um
material que pode ser repassado a todas as pessoas, porque é um material
técnico, profissional, com orientação médica.
O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para
discutir o PLE nº 016/09.
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
público que nos acompanha aqui nas galerias, que nos assiste pela TVCâmara,
pela Rádio Web, o PPA, sem dúvida, é um dos debates mais importantes que
esta Casa trava de quatro em quatro anos.
Estamos definindo os rumos dos investimentos do
nosso Orçamento dos próximos quatro anos. São 15 bilhões de reais em recursos
do Município que devem ser amplamente debatidos por nós, porque estaremos
traçando os rumos da Cidade, dos seus investimentos, e não é pouco do que esta
Cidade precisa. Sem dúvida, o cobertor é curto, as demandas são muito maiores
do que as possibilidades de investimento que nós temos. É por meio do PPA que
nós vamos dar essas diretrizes para os investimentos da nossa Cidade. É
respeitável a proposição de todos os Vereadores, cada um com seus compromissos
com a sua comunidade, pois conhecem a realidade da sua base onde fazem o seu
trabalho político. Ao mesmo tempo, nós, do PDT, também temos que reconhecer a
importância do Orçamento Participativo. Por isso é necessário deixar uma margem
para que o OP defina as prioridades das comunidades, porque é lá que está o
campo democrático em que a comunidade pode se manifestar e priorizar aquilo que
é mais importante para sua região, embora nós reconheçamos que cada Vereador tenha
a sua prerrogativa.
Foram 103 Emendas, 95 milhões de reais, num total
de 120 milhões de investimentos por ano. É evidente que não há como o Governo
aceitar, nem o próprio Relator, entendendo que nós temos que ter uma margem
muito maior para as demandas que vêm do Orçamento Participativo, Relator Airto
Ferronato.
Então, é dessa maneira que nós enxergamos o grande
debate deste Projeto do Plano Plurianual que define os rumos da nossa Cidade.
Sem dúvida, nós temos demandas enormes, seja para a área da Educação, seja para
a área da Saúde, seja para a área da Habitação, e nós queremos debater isso
fortemente aqui nesta Casa, porque sabemos da importância de acertarmos os
rumos que esta Cidade necessita ao longo dos anos.
A Bancada do PDT tem acompanhado de perto este
debate. Nós nos reunimos hoje pela manhã, novamente, para traçarmos e
definirmos as Emendas, porque muitas delas foram apresentadas, inclusive pela
nossa Bancada, sendo que umas foram aceitas, outras não. Nós queremos trabalhar
todas as Emendas detalhadamente para que possamos não só definir os rumos, mas
também compreender aqueles Vereadores que têm compromisso com a sua comunidade;
embora entendamos que o Orçamento Participativo seja o melhor caminho, ou seja,
o caminho mais democrático e importante que esta Cidade tem, porque é um
instrumento reconhecido que já ultrapassou Governos e permanece cada vez mais
forte, Toni Proença, na sua atuação junto à comunidade.
Então, é assim que nós encaramos e é assim que nós
vamos definir, votando favoravelmente, evidentemente, o PPA, mas dando este
alerta: nós reconhecemos a legitimidade de cada uma das senhoras e de cada um
dos senhores Vereadores, mas sabemos também da legitimidade democrática que é a
participação popular por meio do Orçamento Participativo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Mauro Zacher.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLE nº 016/09.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
àqueles que nos acompanham pelo Canal 16; aos que nos visitam nesta Sessão, aos
que nos ouvem pela Rádio Web a nossa calorosa saudação. Vejam só, nós
temos um Orçamento de 15 bilhões de reais para os próximos quatro anos - é isso
que nós estamos debatendo -, e podemos afirmar aqui, com base na prática
acontecida até agora, que, quanto à previsão de arrecadação, ele foi bastante
realista; realizou-se o previsto nos anos anteriores com base naquilo que o
Governo projetou. Mas quanto à aplicação, ao investimento, demonstrou uma
enorme inconsistência. Senão, vejamos: o Governo deveria investir cerca de 400
milhões de reais por ano - foi a isso que ele se propôs - e investiu, ao longo
dos quatro anos, 446 milhões, ou seja, atualizando esse valor nominal, isso
significa mais ou menos 600 milhões de reais - em quatro anos, Ferronato! Se
nós dividirmos por quatro, vai dar 150 milhões de reais por ano - em valores
atuais, valores de hoje.
Então, como eu vou acreditar que o Governo vai
passar a investir de 150 milhões, hoje, para 400 milhões, de uma hora para
outra, praticamente num estalar de dedos. Isso não vai acontecer; é uma peça
fantasiosa.
Vejamos alguns números. Por exemplo, para 2009,
estão orçados 387 milhões de reais; houve um ato do Governo em comprometer 107
milhões, foram empenhados 27% nos até os dias de hoje, e foram liquidados 66
milhões, ou seja, feitos, aconteceram mesmo 66 milhões dos 387 milhões.
Não é diferente, por exemplo, na SMAM. Havia dois
milhões e 100 mil reais orçados: empenhados, 55 mil; liquidados - ou seja,
feitos -, 10 mil. Isso significa 0,5% do que foi prometido. Na Saúde, dos 29
milhões orçados, nós temos 552 mil liquidados, ou seja, feitos, isso significa
4%. No Saneamento, no que diz respeito ao DEP, dos 29 milhões empenhados, foram
feitos 1,7 milhões, ou seja, 7%; e assim por diante. Vejam só na FASC: 1,5
milhões foram orçados e 590 mil foram empenhados e liquidados, ou seja, feitos
75 mil, 5%.
Iluminação Pública: investimento zero; Juventude,
Inclusão Social e Turismo: zero; em Cultura, dos 5,7 milhões orçados - eu vi
que a Verª Fernanda Melchionna tem uma Emenda aqui, que nós vamos apoiar -, o
Governo, até agora, investiu 340 mil em todo o ano de 2009, para tudo o que diz
respeito a investimento na Cultura.
Então, não vamos aqui brincar com piadas de mau
gosto; eu quero dizer que eu não fiz Emendas, porque trabalho com a lógica de
apoiar a visão geral da Cidade, não tenho nada contra quem faz Emendas, muitas,
inclusive, de iniciativa de meus colegas, que eu estou apoiando.
Agora, Vereador Líder do Governo, desculpe-me, mas
distribuir uma gorjeta de 50 mil por Vereador, para ser aplicada, para querer
cooptar os Vereadores, isso é uma visão retrógrada e de muito mau gosto, com
que Porto Alegre não está acostumada. Está acostumada, sim, com a participação
e o respeito às suas decisões, e não com essa pouca-vergonha que está aí. Digo
mais, desafio o Prefeito a ser transparente e permitir que se abram as CPIs que
têm que ser abertas nesta Cidade, principalmente em relação às questões da
Saúde, à questão sobre a Sollus, que só ali no contrato tem indícios de desvio
de três milhões de reais através de notas frias que estão constatadas em
inquérito policial. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; o
primeiro tema que quero tratar do Plano Plurianual é a origem da proposta do
Governo.
Eu entendo que um Governo eleito tem legitimidade
para ter propostas para uma cidade, mas nós já aprendemos em Porto Alegre que a
democracia representativa, por si só, não responde aos anseios da população.
Porto Alegre construiu seus Conselhos - Conselho do Orçamento Participativo, um
processo do OP -, e, Ver. Valter, sim, os Planos Plurianuais que nós elaboramos
foram Planos discutidos em todas as regiões da Cidade, em todas as reuniões do
Orçamento Participativo, nos Fóruns e com os delegados do Orçamento
Participativo, em Audiências Públicas, vinham para esta Casa com a marca da
participação popular. Passavam pelos Conselhos do Direito da Criança e do
Adolescente, da Assistência Social, da Educação, da Saúde, e nós sabemos que
este Plano Plurianual ignorou completamente o protagonismo dos cidadãos desta
Cidade. Não passou pelos Conselhos. O Conselho da Assistência não o viu, não
tem a opinião dos outros Conselhos, não tem discussão prévia na Cidade.
Eu me preocupo com isso, porque, como Vereadores,
eu não sei como vamos globalizar a visão e as prioridades da Cidade,
traduzi-las num Plano para quatro anos, se a Cidade não é consultada, se a Cidade,
minimamente nas suas representações, não é ouvida. Acho que esse é o primeiro
tema: o Governo está eleito, entendendo que substitui a população - que
substitui, e não que representa ou que dialoga com a população.
Eu não gosto da ideia de dar ênfases às Emendas da
Câmara de Vereadores. Nós somos contrários à política do clientelismo, à
política das Emendas que é praticada na Câmara Federal, por exemplo, onde cada
Deputado acaba mantendo os seus nichos eleitorais, negociando com o Governo
posição perante Projetos, barganhando com o Governo para ver suas Emendas
aprovadas. Usar recurso público para interesses que não sejam republicanos é
incorreto, por isso vem a segunda crítica que faço. Primeiro, que ele não é um
Plano que venha da discussão na Cidade, e decide os rumos de quatro anos. A
segunda crítica é ao que diz esta manchete, Ver. Valter - que o senhor venha
aqui e diga que não é verdadeira (Lê manchete no Jornal do Comércio.): “Governo
propõe liberar R$ 50 mil por Vereador” - o Governo, e o Ver. Valter aqui
representa o Governo - “Líder de Fogaça na Câmara sugere método semelhante ao
do Congresso Nacional”. O Ver. Valter, ainda, na matéria, debocha da oposição,
dizendo o seguinte (Lê.): “O Governo está dando à oposição R$ 200 mil. Para
quem não teria nada, é muito significativo”. E ele disse nesta tribuna o que
nós escutamos: das benesses do Governo Fogaça, concedendo 50 mil para cada
Vereador da oposição, que não teria nada. Ou seja, primeiro é uma arrogância,
uma prepotência não reconhecendo que esta Cidade é plural, que elegeu
Vereadores de oposição - e elegeu, sim, porque não existe unanimidade e porque
ela quer ver representada também a oposição -, que as eleições são disputadas,
e que, para o diálogo e para a representação de todas as posições, é que
existem Governos.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Primeiro, eu vou fazer que não ouvi,
porque a senhora...
A SRA. SOFIA CAVEDON: Se o senhor
vai fazer um aparte dizendo que não me ouviu, o senhor não fez o aparte.
O Sr. Valter Nagelstein: ...
reincidentemente a senhora vem com essa conversa de arrogância.
A SRA. SOFIA CAVEDON: O senhor
mantém essa posição.
O Sr. Valter Nagelstein: Eu quero lhe
dizer o seguinte: a senhora está adulterando a minha fala, a senhora está
transformando o que eu disse. Não são 200 mil para a oposição, não são 50 mil
para a oposição; a oferta foi a mesma - e não é oferta de negociação, porque
não houve barganha, não houve nada disso - para todos os Vereadores; eu acabei
de dizer isso na tribuna. Então, não adultere o sentido daquilo que eu disse,
Vereadora. Eu lhe agradeço.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Valter.
O Sr. Mauro Zacher: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Por favor, Verª Sofia, eu gostaria que a
senhora não generalizasse, não foram todos os Vereadores que apresentaram
Emendas. Se o Executivo ofereceu, tudo bem, mas nem todos os Vereadores
apresentaram Emendas.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu não fiz
referência às Emendas dos Vereadores, Ver. Mauro. Aliás, eu quero tentar
concluir, e o tempo é muito curto. Eu acho que essa lógica foi rejeitada pela
Casa - está aqui a fala do Presidente, a fala do nosso Relator, que não se
comportou assim, a fala de todos os Vereadores; nós dissemos: “nós queremos
discutir o Projeto”.
Então, encaminho, infelizmente com curtíssimo
tempo, dizendo que eu lamento, por exemplo, porque o Governo diz que é
democrático, prioriza a sociedade, e eu vejo Emendas importantíssimas aqui
sendo rejeitadas.
Nós votamos a Lei do Fomento ao Teatro, e o Ver.
Haroldo de Souza propôs, parece que 300 mil, e a Emenda foi rejeitada. O Ver.
DJ Cassiá propôs um recurso para mais cultura na Cidade, para Usina do
Gasômetro. As Emendas relativas à Cultura foram rejeitadas e retiradas, quando
temos para a Cultura um Orçamento de cinco milhões, e apenas 6% foram
investidos, e nós já estamos em agosto deste ano.
Então, é uma peça de ficção, uma peça que não
respeita a Cidade, que não respeita os Vereadores - essa é a fala do Governo -,
e nós queremos um Plurianual de que a Cidade se orgulhe e se enxergue nele, e
enxergue a pluralidade desta Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
uma saudação especial a todos; mais uma vez, eu quero registrar que até o dia
15 de julho tive a incumbência de relatar, e relatei, o Plano Diretor de Porto
Alegre no que diz respeito ao Centro da Cidade, o Cais do Porto. E, do dia 16
ao 30 de julho, relatei o Plano Plurianual.
E, fazendo um parêntese, eu quero registrar que fui
o primeiro Vereador de Porto Alegre, da oposição, e dentre os primeiros da
situação, em 1989, que publicamente defendi, com critérios, o Orçamento
Participativo para a Cidade. Feita essa observação, que ainda hoje defendo como
um instrumento popular mais importante que Porto Alegre tem, nós estamos com o
Plano Plurianual.
Eu quero dizer o seguinte: existem países no mundo
em que a Lei de Orçamento é impositiva. Eu gostaria de registrar mais uma vez:
a Lei de Orçamento é impositiva; o Legislativo a aprova, e o Executivo,
obrigatoriamente, a executa. Existem outros países - e o Brasil está nesse rol
- em que a Lei de Orçamento é autorizativa para gastos. O Legislativo autoriza,
meu caro Ver. Todeschini, e o Executivo executa, se assim o entender. Por isso
a presença de vocês no Plenário começa aqui, mas não termina aqui; aqui nós
autorizamos o gasto. O Executivo, depois, vai colocá-lo no Orçamento anual,
caso assim compreender.
Feito isso, temos 103 Emendas encaminhadas. Dessas
103, de 37 propomos a aprovação, dentre elas, a da Terreira da Tribo. Registro
isso em reconhecimento e em respeito pelas senhoras e senhores aqui presentes.
Sou favorável à apresentação de Emendas. Porque, na
verdade, com o Executivo encaminhando um projeto, se o Legislativo e a
sociedade não encaminham nenhuma Emenda, significa que estaríamos aqui para
apenas dizer “sim” ou “não”. Com a presença, com a participação da comunidade e
dos Vereadores - e assim agi no meu Relatório -, significa que este Plano
Plurianual tem a presença e a participação do Executivo, tem a presença e a
participação dos Vereadores, e tem a presença e a participação das senhoras e
dos senhores que aqui estão. Ocorre que, dessas 103 Emendas - alertei aqui -,
tínhamos uma série delas que ultrapassava o valor e de onde o retiravam.
Tecnicamente estava correta, mas, incorreta, não poderia ser aprovada; e a mim
cabia apenas uma questão: rejeito, ou vejo o que fazer. Confesso que talvez
tenha até me equivocado em alguma questão. Levei o assunto a sério e procurei
aproveitar o máximo possível das propostas.
Foram encaminhadas Emendas em torno de 90 milhões,
na média. Foi de 416 milhões de reais o total das Emendas apresentado para
quatro anos; são 416 milhões de reais. O nosso Governo não pode me tachar de
insensível, porque, dos 490 milhões de reais, nós reduzimos bastante. À ideia
dos 50 milhões de reais nós não aderimos. A oposição, na qual me encontro, não
pode me tachar de radical aderente, porque tentei alcançar o maior valor
possível na oposição também para constituir um Plano Plurianual que seja da
cidade de Porto Alegre, naquele alerta de que é uma Lei autorizativa - ela não
obriga, ela autoriza esses gastos.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ferronato, peço este aparte só para
reconhecer o seu trabalho e dizer que V. Exª foi imparcial e corretíssimo.
Muito obrigado.
O SR. AIRTO FERRONATO: Obrigado.
Então, o que acontece? Conheço o assunto, porque
sou professor da matéria. Livre dos três bilhões e 600 milhões de reais que o
Executivo tem, verba livre para a Administração do Prefeito, 10%, em torno
disso, 360 milhões de reais ao ano; não é tão livre assim. Nós, com propostas
de 90 milhões de reais, tiraríamos quase 30% dessas verbas livres, o que,
acredito, é exagerado.
Eu apresentei Subemendas a essas Emendas na
tentativa de melhorar e manter...
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09, por cedência de
tempo do Ver. Ervino Besson.
O SR. AIRTO FERRONATO: Obrigado.
Eu serei breve, acho que é interessante, até porque
comecei a acelerar. A ideia de aprovarmos este Projeto para quatro anos, com a
inclusão, pelo Executivo, de metas, diretrizes, chegando a valores e a metas,
na minha visão... E quero-me posicionar contrário à posição inicial do Ver.
Luiz Braz, quando diz que se mude essa ideia, pelo contrário, ela tem que ser
mantida. Eu elogio o Executivo por encaminhar à Câmara uma Proposta de
Orçamento que diz: quanto vai gastar, onde vai gastar, que quantidade de
serviço vai executar, quantas pessoas vai contratar, isso é uma informação à
qual poucos Municípios do País chegaram.
Por que nós estamos com a presença de visitantes
nas galerias? Porque conseguiram enxergar que, na verdade, pela proposta do
Executivo, a Terreira da Tribo não estava contemplada. Se nós não tivéssemos
esse tipo de proposta, não se saberia isso; nós teríamos grandes metas. Então,
na verdade, eu acho que essa é uma proposta bastante consolidada nesse aspecto,
sem levar em consideração se ela é positiva, negativa, em outros parâmetros.
Quero registrar que, para salvar uma série de
Emendas, apresentei Subemendas. Nessas Subemendas a lógica que adotei nas
primeiras das diretrizes foi a criança, a juventude desempregada, a Cultura, a
Saúde; foram essas as minhas principais, o meu primeiro olhar para aprovar as Emendas.
Algumas das Emendas que foram encaminhadas por Vereadores e rejeitadas, isso
aconteceu porque havia outras Emendas que mais ou menos seguiam a mesma
direção.
Quero dizer, por fim, que apresentei uma Subemenda
que reconheço ser bem maior do que aquilo que apresentamos basicamente;
refiro-me a uma Subemenda à Emenda do Ver. Bernardino Vendruscolo, que
apresentou recurso para a Cultura gaúcha. Fiz essa Subemenda naquele valor,
porque tenho dito há muito tempo, desde os primeiros dias em que aqui cheguei,
e muito antes disso: o Turismo no Rio Grande do Sul e, em especial em Porto
Alegre, passa pela Cultura, e nós somos ricos nessa Cultura. E o Turismo,
dentro dessa Cultura, nós temos a cultura tradicional e regional do povo
gaúcho, e é por isso que eu aceitei a Emenda do Ver. Bernardino Vendruscolo,
que propunha um valor bem maior do que aquele que eu encaminhei.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Reconhecemos evidentemente que V. Exª não
atendeu àquilo que nós estávamos propondo, mas o elogio, porque chegou àquele
valor que propôs na Subemenda, com certeza, com muito esforço. Eu fiz essa
Emenda com muito sentimento, porque eu não queria mexer naquilo que o Executivo
estava propondo. Mas sou desta linha: não há como nós recuarmos, precisamos nos
atualizar, precisamos andar para frente, mostrar algo já, já, principalmente na
Copa do Mundo. Na verdade, nós não temos absolutamente nada para mostrar aqui
em Porto Alegre da nossa cultura. Parabéns pelo esforço!
O SR. AIRTO FERRONATO: Eu quero
agradecer.
Para concluir, eu quero dizer o seguinte: assino
todos os pedidos de destaque que me solicitarem, pela seguinte lógica: fui o
Relator, e não quero dizer com isso que sou o dono da verdade. Se alguns dos
Vereadores sentirem, entenderem que rejeitei uma proposta que era interessante,
é só me procurarem que eu assino, sem a menor dúvida, até porque o debate é
positivo. Obrigado, e um abraço. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu convido
todos os Líderes de Bancadas, juntamente com o Relator Ferronato, com o Líder
do Governo, para uma rápida conversa aqui sobre este tema. (Pausa.)
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
discutir o PLE nº 016/09.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente, Ver. Sebastião Melo; ilustres Vereadores, público que nos assiste
pela TVCâmara, que nos ouvem pela rádio Web, caro público presente, eu vim a
esta tribuna, primeiro, para fazer um grande reconhecimento pelo esforço e pelo
trabalho do Ver. Airto Ferronato. Realmente eu sabia que sua capacidade de
trabalho era grande, mas não imaginava que fosse tanta. Cento e treze Emendas
apresentadas, em torno de 90 milhões por ano é o que demandariam essas Emendas;
certamente se faz impossível de contemplar a todos. Eu sou daqueles que
entendo, diferentemente dos colegas que vieram aqui, que a iniciativa do Ver.
Valter Nagelstein foi no sentido de tentar compartilhar essa situação com os
demais Vereadores, de tentar contemplar, em algum momento, os pleitos dos
Vereadores, o que eu considero bastante positivo. Falando das minhas Emendas
especificamente, pois tive diversas Emendas, e a grande maioria delas não foram
contempladas, e nem por isso acho que a minha atividade foi diminuída nessa
situação; muito antes pelo contrário, atribuo que ao serem contempladas algumas
delas, a minha atividade parlamentar foi realmente valorizada nesse sentido.
Tínhamos uma Emenda com relação ao Hospital de
Pronto-Socorro da Zona Sul, uma necessidade para aquela região, a única região
da Cidade que não é contemplada por um Hospital de Pronto-Socorro. Eu não
estava sozinho, mas também o Ver. Airto Ferronato e o Ver. Comassetto tinham
Emendas nesse sentido. Tínhamos outra com relação à Marina Pública do Lami, uma
necessidade, principalmente naquela região que tem um grupo muito forte de
pescadores, e que se alinha à questão da Copa do Mundo. Tínhamos outra com
relação à assistência de saúde da Zona Sul, ao contemplar a região com mais
postos de saúde; outra Emenda com relação ao Hospital Presidente Vargas, na sua
necessidade de ter um Centro Obstétrico em melhor qualidade, junto com o Ver.
Dr. Raul, um centro proposto pelo Dr. Raul, um Centro de Planejamento Familiar;
mais quatro Emendas vinculadas à questão da drogadição, no que se refere à
prevenção da drogadição, ao tratamento precoce da questão da drogadição. Outras
duas Emendas, uma, com relação a um grande problema social que se apresenta
hoje, que é a exploração sexual, e outra, com relação à violência. É óbvio que
não tivemos todas elas contempladas, mas nos sentimos contemplados na nossa
atividade parlamentar, Ver. Valter Nagelstein, principalmente pelo diálogo. O
diálogo estabelecido aqui propiciou que minimamente pudéssemos ter essas
situações levadas em conta pelo Executivo, isso já foi fundamental na nossa
atuação.
Quero deixar destacadas aqui essas necessidades de
Saúde que o Município tem, e essas necessidades de assistência social que há no
Município. Quem bom que, para algumas delas, pudemos contribuir para o debate e
para implementação; para as que não foi possível, neste fórum, certamente
faremos em outro. Viemos a esta tribuna, hoje, basicamente para valorizar a
atuação do Ver. Airto Ferronato na questão da Relatoria e do diálogo que se
estabeleceu a partir dessas Emendas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
em primeiro lugar, quero dizer a todos que a posição do PCdoB vai ser a que
temos tido na nossa conduta. Nós vamos fazer a crítica necessária, mas não
somos daqueles que simplesmente vêm aqui fazer a demarcação sem ter uma
proposta, mas realmente entramos num contraditório, demonstrando aquilo que já
fizemos nesta Casa. Isso é importante, porque acho que tem que ser parte do
nosso crescimento também para a construção de alternativas.
Dentro deste Projeto que estamos votando, quero
colocar algumas particularidades, como, por exemplo, a questão da Terreira da
Tribo. Nós devemos - e eu falei isso na semana passada - aprovar esta Emenda
pela dívida histórica que nós acabamos por construir, Lúcio; nós, na época, não
aprovamos um espaço necessário. Então, agora, estamos recuperando isso. Acho
que a Manuela, quando trouxe aqui o Projeto do Fomento ao Teatro, agora com a
Emenda da Verª Fernanda e de mais cinco Vereadores, destacamos a Emenda para
este percentual, por uma dívida histórica que nós temos com a Cultura desta
Cidade. Nós temos que fazer valer isto! É triste quando numa discussão nós
somos vencidos, mas pela democracia vale a maioria, e, aí, tem que se votar
contrário. Eu espero que, neste momento, a gente possa recuperar essa
trajetória trágica, no sentido do que significa isso para a construção da
Cultura da nossa Cidade.
Outra questão que eu também queria trazer e
trabalhar particularmente, sobre o que eu observei rapidamente, é que o Ver.
Oliboni tem várias Emendas na questão da área da Saúde, uma delas nós inclusive
aprovamos, o que vai facilitar para nós tentarmos sensibilizar o Governo, o
Executivo Municipal, em relação à construção do futuro Hospital da Lomba do
Pinheiro.
Esta Vereadora, quando da aprovação do Consórcio
Urbano daquela região, cuja Redação Final foi terminada agora pela DL,
destinou, através de uma Emenda, a área para a construção. O que acontece?
Geralmente a retórica usada para uma determinada região é que não existe área
para a construção, isso acaba sendo um empecilho e retarda as execuções e os
encaminhamentos futuros, como é o caso da sua Emenda. Isso ficou deliberado,
então, justamente lá na parada 12, há o croqui da área, enfim, está
encaminhado. Tenho certeza de que o Prefeito Fogaça não vai vetar, porque agora
vai para regulamentação, e se não for agora, nós vamos pressionar, sim, para
aprovar a sua Emenda, para que se estabeleça em seguida, porque é um longo
tempo e a gente sabe disso. E só não fizemos anteriormente por esse motivo,
porque não tínhamos a área ainda e porque não queríamos atrapalhar a negociação
do Hospital da Restinga, que já estava num bom andamento. E, aí, poderia ser
usado como desculpa, e isso nós não iríamos aceitar de forma alguma.
Há também as Emendas que dizem respeito à questão
da juventude e do adolescente, como as Emendas que foram trazidas pela Verª
Maria Celeste, as da questão da exploração sexual, e, também, de áreas
fundamentais como a questão dos PSFs, Ver. Oliboni. No que diz respeito à
discussão da Farmácia Distrital, é outro problema sério que nós ainda não
conseguimos executar, não conseguimos implementar, e nós achamos que essas
janelas poderiam ser, não no sentido romântico, mas no sentido real, de nós
protagonizarmos alguns avanços. Quanto ao Executivo, Ver. Valter Nagelstein, eu
sei que o senhor está se esforçando para buscar esse entendimento e será
parceiro, porque vão ser aprovadas muitas das Emendas destacadas. Eu tenho
certeza, Ver. Beto Moesch, de que também nas questões ambientais, o senhor que
é um guerreiro, está à frente dessa luta e tem nos ensinado muito em relação a
isso; todos nós crescemos, e é a Cidade que ganha com isso, com certeza, neste
Projeto do desenvolvimento, porque entra a questão ambiental, e também somos
parceiros para fazer valer.
Portanto, senhoras e senhores, no geral, nas
questões macro - econômica e política -, acho que nós devemos dar mais atenção.
O Governo tem que estar sensível, porque nós estamos definindo o futuro da
nossa Cidade. Nós não estamos apenas demarcando os quatro anos agora: nós
estamos já dizendo o que nós queremos para o ano que vem.
Portanto, senhoras e senhores, acredito na
sensibilidade dos nobres Pares e do próprio Executivo Municipal. A Casa do Povo
é assim: às vezes a gente afina com alguns Projetos do Executivo; foi trazida
aqui à discussão a questão da Terreira da Tribo - temos diferenças em algumas
questões, mas, com certeza, muitos dos destaques, os quais o PCdoB assinou a
sua grande maioria, nós, com certeza, iremos aprovar. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, em
primeiro lugar, quero fazer referência à medida correta que a Câmara está
tomando em relação às nossas gestantes, e dizer que tenho recebido e-mails
de funcionárias municipais do Executivo, solicitando uma orientação. Fiz um e-mail
para a Secretaria de Governo, mas gostaria que a Câmara também sugerisse ao
Prefeito, imediatamente, o afastamento das funcionárias municipais gestantes de
todas as Secretarias em função da gripe A. É a sugestão que faço.
O SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, na mesma linha já esboçada pela Verª Sofia Cavedon, que tem toda a
razão, eu falava hoje com o Ver. Haroldo de Souza, e, por ideia de S. Exª, o
Ver. Haroldo, nós temos que ver essa questão específica das servidoras da
Câmara, que me parece que já está encaminhada, como V. Exª disse. Essa sugestão
da Verª Sofia Cavedon é importantíssima. E, também, do ponto de vista dos
Vereadores, nós temos quatro colegas Vereadoras, das quais uma está com cinco
meses de gestação, que é a Verª Juliana Brizola, e, do nosso ponto de vista,
deveria haver uma posição da Mesa com relação ao tema, já que há uma emergência
nacional, e, de fato, a atividade da Vereadora, neste momento, é uma atividade
de risco, e não tem por que sujeitar a Vereadora e os demais Vereadores a essa
situação, em relação a ela própria. Então, peço providências: o exame da Mesa e
alguma medida nesse sentido.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, só quero registrar que passei uma mensagem ao Sr. Prefeito, e o
primeiro colega Vereador que trouxe essa sugestão foi o Ver. Haroldo de Souza -
digo isso por uma questão de justiça -, e, logo em seguida, ainda, o Ver. Dr.
Raul e o Ver. Dr. Thiago falaram com relação às nossas reuniões nas Comissões e
também quanto à restrição do acesso ao Plenário, não porque nós tenhamos medo
de povo, muito antes pelo contrário, essa é a nossa natureza, mas porque, de
fato, queremos evitar o acúmulo de pessoas pela gravidade do momento. Informo
que já encaminhei a mensagem ao Sr. Prefeito daquilo que foi a providência
tomada pelo nosso Legislativo, sugerindo que o Executivo tomasse a mesma medida
no sentido de identificar e dispensar as servidoras municipais grávidas.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Conforme já
tínhamos expressado na quinta-feira, no período de Comunicações, assinamos
embaixo do que foi dito aqui, falando isso como Vereador, como médico e,
principalmente, como Obstetra, uma vez que a patologia tem apresentado em torno
de 5% de mortalidade em gestantes. Então, de acordo com as palavras que mencionamos
no período de Comunicações, fazemos aqui a solicitação para que realmente isso
ocorra, diminuindo as aglomerações neste Plenário e em outras dependências da
Casa, diminuindo assim a disseminação da patologia. Obrigado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, em relação à presença no Plenário, eu queria fazer um apelo - a
nossa Líder levará à Mesa - no sentido de que nós nos abstenhamos de discutir e
votar um tema polêmico, como é o do Previmpa, sem os municipários poderem
acompanhar. Então, sugiro que demos um prazo, porque é um tema que diz respeito
à sua aposentadoria, à sua vida, então não permitir que os municipários
interajam, que os Vereadores se expressem, eu acho que vai ser muito malvisto
pelo conjunto dos municipários. Deveríamos, então, postergar essa votação, em
função de não trabalharmos com o Plenário lotado.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, eu gostaria de me
somar às manifestações aqui já emitidas e dizer que eu acompanho desde o início
o processo dessa gripe, e em vista da sua evolução e da sua gravidade que aos
poucos está-se materializando mais no meio da sociedade, eu acho que tínhamos
que dar também o nosso exemplo no sentido de precaução, de priorizar a saúde,
de priorizar a vida, e realmente tomar essas medidas que estão sendo tomadas,
principalmente na questão de aglomeração de pessoas, porque nós sabemos que
onde juntarmos dez pessoas teremos uma pelo menos com sintoma respiratório,
tossindo, e a gripe está-se espalhando. Na realidade, temos que tomar cuidado!
A questão pelo menos tem que ser reavaliada muito em breve, mas vamos dar um
tempo para que possamos fazer reavaliações periódicas da situação do ponto de
vista da Saúde pública.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, este tema é extremamente importante. É necessário ouvirmos - eu já
havia pautado isso na reunião de Mesa e Lideranças - especialmente a Secretaria
da Saúde do Município de Porto Alegre sobre as medidas pertinentes que todos
nós precisamos tomar. Agora, particularmente aqui na Câmara Municipal, nós
temos um ambulatório, e nós temos a orientação do nosso corpo médico.
Preocupa-nos, de fato, não só a situação no Plenário, da movimentação das
pessoas que estão aqui, mas também a própria circulação nos nossos gabinetes.
Nós estamos com uma estagiária do nosso gabinete sendo atendida no Hospital de
Clínicas, porque está há alguns dias numa situação bastante crítica - é uma
funcionária da Câmara Municipal. Eu acredito que evacuar as galerias nas
votações não é o mais correto neste momento. Nós temos que ver o conjunto das
questões apontadas. Hoje, estamos com poucas pessoas nas galerias, mas circulam
muitas pessoas no nosso Plenário, como é praxe, como os funcionários que estão
aqui. Então, nós temos que pensar adequadamente na medida a ser tomada. Eu
sugiro que o senhor possa chamar a Mesa e as Lideranças para uma reunião, hoje
ou amanhã, para que possamos verificar isso, com uma análise técnica do corpo
médico da Casa. Obrigada.
O SR. VALTER NAGESLTEIN: Sr.
Presidente, com relação ao Requerimento feito pela Verª Sofia, quero reiterar a
nossa posição: aquilo que foi acordado está acordado. Nós queremos - e me
dirijo a todos os Vereadores da nossa base - votar o que está na Pauta nesta
semana. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, nós estamos em processo de discussão de uma matéria. Esse assunto
da gripe não é atinente, mas, devido à relevância, eu fui anuente com as
manifestações.
Quero, primeiro, dizer o seguinte: hoje pela manhã,
nós recebemos uma manifestação do nosso ambulatório sobre a questão das
funcionárias grávidas. Nós autorizamos, e elas já não estão trabalhando desde
hoje pela manhã.
Eu acho relevantíssima a matéria levantada pelo
Ver. Pedro Ruas em relação à nossa colega, e eu vou determinar à nossa
Procuradoria que encontre o caminho jurídico para que a nossa colega Vereadora,
em querendo se afastar, prontamente tenha suporte jurídico para essa questão.
Nós temos reunião de Mesa na quarta-feira pela
manhã. Se os Vereadores entenderem assim, nós podemos tratar este assunto como
item número um na reunião de Mesa de quarta-feira. Caso contrário, eu convoco
uma reunião extraordinária para tomar uma decisão coletiva. Eu não vou tomar
uma decisão pessoal sobre isso.
Agora, tem coisas contraditórias na Cidade. Por
exemplo, eu não vi ninguém pedir para cancelar o show do Roberto Carlos,
que terá cinco mil pessoas - disso ninguém fala. Então, lá pode reunir cinco
mil pessoas, em outros eventos não pode? Nós temos que ter uma medida na Cidade
que seja unificada, senão esse discurso não se sustenta. Aí, tem jogo do
Grêmio, tem jogo do Inter; e aí? Aí, tem o encontro Farroupilha. Essas coisas
têm que ser tratadas de forma mais articulada.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, o senhor está coberto de razão, acho que não tem uma orientação
única; só pondero em relação às votações da Casa, pois se não permitirmos o
acesso da população, questões que interessam à população não podem ser votadas
- esta é a minha ponderação. Agora, também acho que shows e jogos
futebol deveriam estar suspensos, mas aí é uma opção das pessoas, não uma
imposição de estarmos decidindo sobre a vida delas.
O SR. PEDRO RUAS: Ainda numa
linha parecida com a da Verª Sofia Cavedon: com relação à Verª Juliana Brizola,
não há um pedido de S. Exª nesse sentido; o que há é uma mobilização de outros
Vereadores, mais especificamente do Ver. Haroldo de Souza e deste Vereador, no
sentido de que a Vereadora seja poupada de vir ao Plenário. A Verª Juliana
Brizola sequer tratou deste tema conosco; nós é que estamos tratando. Então, que
isso seja encaminhado a partir de nosso pedido.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O assunto será
enfrentado ainda hoje, Ver. Pedro Ruas. Agradeço aos Vereadores. Retomamos o
tema.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir
o PLE nº 016/09.
O SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ao contrário de muito
do que tenho ouvido, estamos diante de uma das matérias mais importantes para
um Parlamento debater, porque até a Constituição de 1988 tínhamos, Ver. Dr.
Thiago, ou Lei de Diretrizes Orçamentárias, que anualmente são revisadas e
votadas, e o Orçamento, ou seja, dentro de uma linha governamental de uso dos
recursos públicos, portanto as Leis de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento
são, sim, instrumentos eminentemente de Governos. Com a Constituição de 1988,
Ver. Valter Nagelstein, surgiu um novo instrumento, que é o Plano Plurianual,
que não é de Governo, porque é de cinco em cinco anos, não de quatro em quatro
anos, que é para justamente introduzir um instrumento de Estado e não de
Governo; um instrumento horizontal que deveria, independentemente de Governos,
respeitar, no caso de um Município, as diretrizes da Lei Orgânica - por isso
Plano Plurianual. Ora, se não é um instrumento de Governo, mas um instrumento
de Estado, ele é tão importante de ser discutido pelo Parlamento quanto pelo
Poder Executivo, porque se muito do que está previsto na Lei Orgânica, por
exemplo, mas não no Plano Plurianual, ao contrário muitas vezes do que possa
ocorrer numa Lei de Diretrizes Orçamentárias ou no Orçamento, porque ele é
pontualmente distribuído ano a ano. No Plano Plurianual não, porque são cinco
anos de investimentos, em que, independentemente da prioridade de um Governo,
tais diretrizes, tais dispositivos devem, independentemente do Governo, ser
praticadas, executadas, não apenas por um governo, mas pela sociedade. Essa é a
grande diferença do Plano Plurianual. Portanto, talvez nenhum outro instrumento
deva ser tão discutido, debatido e até mesmo emendado pela Câmara de Vereadores
quanto o Plano Plurianual, sem dúvida, dentro dessa ideia que eu tenho,
prevista na Constituição Federal, do que venha a ser o Plano Plurianual.
Com relação à própria discussão da gripe suína,
ora, no ano passado não se falava nisso! Às vezes o Plano Plurianual tem que
prever um instrumento como esse, e se o Executivo não previu, não cabe a esta
Casa prever instrumentos para prevenir e combater essa tal gripe, por exemplo?
A própria questão de leis de incentivo à Cultura, e de nós termos não mais um
teatro, mas uma Escola de Cultura no Município de Porto Alegre, que foi uma Lei
aprovada há pouco tempo, após a elaboração do Plano Plurianual. Se foi aprovada
uma Lei, o Plano Plurianual tem que prever a execução dessa escola, a execução
desse prédio. O que pode ser discutido - isso, sim! - são as verbas para isso,
mas jamais a necessidade de se incluir no Plano Plurianual, para que, depois, a
Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento dialoguem com o Plano Plurianual.
Porque alguém pode alegar que por não estar no Plano Plurianual não pode depois
estar na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no Orçamento. E aí, como é que fica?
Esses argumentos vêm: “Não está no Plano Plurianual, então não pode estar no
Orçamento, não pode estar na Lei de Diretrizes Orçamentárias”.
Portanto, sim, no meu entender, o Plano Plurianual
é um instrumento que deve ser debatido prioritariamente, e até mesmo emendado
por uma Câmara de Vereadores.
Outra questão: dispositivos da Lei Orgânica não
previstos, muitas vezes, no Plano Plurianual, como o zoneamento econômico
ecológico; se não está previsto no Plano Plurianual, mas se está na Lei
Orgânica, muito mais do que na Lei de Diretrizes Orçamentárias, muito mais do
que no Orçamento, deve estar no Plano Plurianual.
E mais, é a oportunidade de a Câmara debater se
aqueles dispositivos legais estão sendo aplicados pelos diversos governos e não
apenas por um. Vários dispositivos que há muito estão previstos em Lei, há anos
não executados pelos sucessivos governos. Cabe a esta Casa, Ver. Pedro Ruas,
através do Plano Plurianual, prever esses instrumentos. Portanto, sim, deve-se
debater e emendar, sim, o Plano Plurianual, porque essa é uma atribuição
eminentemente prioritária de um Parlamento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
O SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Ver. João Antonio Dib, é difícil esclarecer,
no meio de tanta confusão, pela formatação e por essa verdadeira enrolação que
é a proposta do Governo do Plano Plurianual, é muito difícil. Eu explico, ou,
pelo menos, tentarei explicar. Num Plano Plurianual ninguém vai exigir
minúcias; como em qualquer plano, são ideias gerais, ideias norteadoras. Mas é
preciso colocar essas questões gerais para que, depois, com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, quando irão sendo adequadas as questões, colocando mais
precisamente como será feito, caso contrário, não tem Orçamento. Evidentemente
que não há Orçamento que depois se enquadre num plano de generalidades.
Na discussão aqui, como quando se faz a discussão
do Plano Plurianual, pouco se dá atenção ao tema. Eu mostrei que todas as
questões que deveriam ser gerais, mas não por serem gerais elas vão ter de ter
precisão; tudo o que a EPTC colocou é chute, não tem sustentação na realidade.
Eu dei o exemplo aqui e volto a colocar o caso das ciclovias: nós aprovamos
algo aqui que se for pelo tranco de tartaruga da EPTC, precisaremos de mais
cinquenta, cem anos para resolver um problema. Então, ou o que nós votamos, e
que o Governo diz que concordava, é balela, ou não podemos aceitar este Plano
Plurianual.
Quero dizer aos senhores e senhoras que nos ouvem,
que nos veem, que é difícil votar contra um Plano Plurianual, porque, afinal de
contas, o Governo é que diz o que vai fazer. A oposição fiscaliza. Agora, eu
não posso votar favoravelmente a um Plano Plurianual que é uma balbúrdia, não
tem nexo, não há concatenação, e muito menos condições, a partir desse Plano
Plurianual, de a gente votar uma decente Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Ademais, quando essa discussão surgiu, apareceu a questão das Emendas. Eu não
tenho o hábito, por tradição, de encher Plano Plurianual, LDO e Orçamento de
Emendas. Agora, depois que a gente discute que o Governo Municipal coordena o
grupo intersetorial na questão da expansão do Metrô, junto com o Governo
Federal e a Trensurb, com o Governo do Estado, Metroplan e a EPTC, e se
discute, inclusive, o mapa da Linha 2, e não há absolutamente nada sobre a expansão
do metrô, como é que eu vou me omitir se eu fui o Relator do primeiro estudo
desta Casa, há quase dez anos, junto com o Ver. Braz e outros Vereadores.
Fomos, inclusive, discutir na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional,
quando se reuniu, em Florianópolis, para discutir com a Região Sul. Então, de
nada adiantou, de nada adianta tudo o que nós fizemos ao longo dos anos, se
agora isso não estiver presente. É um absurdo este Plano Plurianual! É um
equívoco, e, portanto, não se sustenta na realidade.
Eu desafio os membros do Governo, a base do
Governo, a começar pelo seu Líder, Ver. Valter Nagelstein, que venham e
consigam explicar, porque, para mim, não é a questão de centralismo democrático
ou essas bobagens que me norteiam. Eu brigaria, eu lutaria, como um leão, na
minha Bancada, se eu achasse que ela está fazendo tempestade em copo-d’água,
mas a minha Bancada está tendo uma postura para lá de light, para lá de
sensata.
Eu acho que, inclusive, a base do Governo ouviu
pouco, meus colegas estão sendo generosos, estão sendo cautelosos - como deve
ser um Vereador -, mas não venham me dizer que nós sectarizamos este debate,
que a Bancada do PT sectarizou este debate. Muito pelo contrário, nós fomos
condescendentes, queríamos a abertura de um diálogo, e, convenhamos, não querer
dar assinatura para fazer o debate, eu nunca vi coisa igual! Se eu fosse Líder
do Governo, seria o primeiro a dizer para a oposição: nós assinamos todos os
recursos de vocês, porque nós somos democráticos e queremos debater com toda a
Cidade, e, para começar, queremos trazer a oposição para o nosso lado. Mas o
Governo não sabe fazer política, por isso não peçam o meu voto, pois não
votarei favoravelmente a essa balela. Desculpem-me pela minha posição, mas não
posso ter outra senão me rebelar e votar contra o Plano Plurianual.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores
representantes das entidades que estão conosco - Terreira da Tribo, associações
de moradores -, neste importante debate que hoje estamos realizando nesta Casa,
eu quero retomar algumas questões que acho muito importantes no Plano Plurianual
da Cidade e quero fazer, novamente, algumas afirmações. O PPA da cidade de
Porto Alegre, previsto para os próximos quatro anos, é uma mera peça de ficção
científica, é uma carta de intenções do Governo que traz alguns questionamentos
importantes para todos nós, os quais nós não conseguimos compreender ou não
compreendemos a lógica com que o Governo aporta os seus recursos para os
próximos anos; isso é bastante preocupante. É uma peça de ficção científica,
porque não foi discutido com a população, não houve discussão com os Conselhos
representativos da Cidade, não foi apresentada essa Peça de Orçamento, essa
carta de intenções. O Conselho Municipal de Assistência Social, que vem,
reiteradamente, colocando questões para esta Casa na área da drogadição, na
área dos moradores de rua, da infância, da falta de recurso para aplicação em
Políticas Públicas, não foi consultado sobre essa matéria. O Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, que esteve nesta Casa com todas as
entidades não governamentais da Cidade, no Fórum de Entidades, que reivindica
justamente aporte de recurso para poder manter o atendimento, especialmente nas
entidades da periferia da Cidade, não foi consultado sobre essa proposta do
Governo. O Conselho Municipal de Saúde sequer foi ouvido sobre as propostas.
Nada mais, nada menos do que a Bancada do Partido dos Trabalhadores resgatou e
consultou os Conselhos da Cidade, os Conselheiros do OP, e retomamos através de
propostas de Emendas, porque entendemos ser extremamente necessário colocar
recursos nas Emendas que apresentamos, porque para publicidade há muitos gastos
nessa previsão para os próximos anos. Só para a publicidade geral, para os
próximos quatros anos, estão previstos quase 55 milhões de reais em recursos.
Esses são os gastos previstos para os próximos quatro anos. Nos quatro anos
passados, o Governo Fogaça já previa 41 milhões de reais para a publicidade, e
agora mantém cada vez mais essa vontade de fazer publicidade do seu Governo.
E aí eu trago alguns exemplos, como na área da
Saúde, em que a proposta apresentada no PPA é o investimento de um milhão e 680
mil reais. Para a publicidade do mesmo programa, do Sistema de Saúde na
Restinga, o Governo pretende gastar nove milhões e 300 mil reais. No Programa
Cidade Integrada, que trata das áreas verdes da Cidade, Ver. Beto Moesch, da
orla da Cidade, a Emenda que foi rejeitada, que é necessária para revitalizar
nove quilômetros da nossa orla, a publicidade desse Programa vai gastar R$
7.310.000,00. No Programa Lugar de Criança é na Escola e na Família, para fazer
o enfrentamento à exploração sexual de crianças, Emenda que nós apresentamos,
há apenas R$ 230.000,00. O Programa de Atenção à
Criança e ao Adolescente Dependentes Químicos, cujo assunto
hoje discutimos, e esta Casa tem priorizado a questão do combate ao crack,
tem apenas R$ 200.000,00 por ano. Essa é a vontade do Governo expressa através
dessa peça de ficção. É um Governo que investe em publicidade e não investe nos
programas necessários na área da Assistência Social, na área da Saúde, na
infância, na juventude. Lamentamos a postura do Governo, quando tenta intimidar
os Vereadores desta Casa, especialmente os Vereadores de oposição,
recusando-lhes o direito soberano, regimental, garantido na Lei Orgânica de propor
o debate neste Plenário através dos destaques às suas Emendas. O que eu
presenciei hoje à tarde eu lamento muito, lamento muito a forma como os
Vereadores da base do Governo foram constrangidos, não lhes sendo facultado o
direito de escolher e de propor aqui um amplo debate das Emendas que nós,
especialmente, e a Bancada do PSOL resgatamos através dos destaques. Eu quero
agradecer a iniciativa de alguns Vereadores que reconhecem o direito de todos
e, acima de tudo, que reconhecem que o Plenário é soberano, que a vontade deste
Plenário é soberana e que o direito democrático do debate estabelecido nesta
Casa tem que ser garantido acima de todos, acima de tudo, para o bem da verdade
desta Câmara Municipal. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Sebastião
Melo, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; Verª
Maria Celeste, se fosse proibido debater, se nós estivéssemos sendo cerceados
no nosso direito, eu não estaria aqui, como Vereador da base, como Vereador do
Governo, também fazendo uma crítica ao Plano Plurianual, principalmente no que
diz respeito à proposição da nossa Emenda. E, se vamos falar em investimento,
em publicidade, eu quero lembrá-los de que, no seu Governo, nós tínhamos o tal
Cidade Viva, que nos incomodava todo santo dia com publicidade, com
divulgações, muitas vezes de assuntos que não precisavam ser divulgados,
tamanha a insignificância deles.
Inicio, dizendo que não me surpreende, uma vez que
ouvi pessoalmente do Prefeito que a nossa Emenda não seria contemplada. Eu digo
que não foi a equipe do Prefeito José Fogaça, não foi o Prefeito José Fogaça
que negou a nossa Emenda, pois é um problema que se instalou na nossa Cidade,
que é reconhecer somente o carnaval, repito, somente o carnaval - e eu não
contra o carnaval. Eu falo em números; e, mais uma vez, o Plano Plurianual
contempla o carnaval com 19 milhões, 211 mil reais, enquanto que a cultura
tradicionalista gaúcha foi contemplada com quatro milhões, 289 mil. São os
números, não posso dizer nada. Mas eu tenho certeza de que o Prefeito José
Fogaça ficou muito sensível quando da última reunião que fizemos, mostrando que
não há outro caminho a não ser enfrentar e quebrar esse comportamento que já
vem ocorrendo há muitos anos aqui em Porto Alegre. Precisamos construir,
precisamos criar, dar condições a esta Cidade de receber, Ver. Reginaldo Pujol,
os nossos visitantes, principalmente agora que vamos ter aqui a Copa do Mundo.
Aqueles que visitarão Salvador, na Bahia, vão conhecer o que a baiana, o que o
baiano tem, como o acarajé, etc. A Bahia tem muita semelhança com o Rio Grande
do Sul, e tenho certeza de que lá eles vão investir muito na cultura baiana.
Nós não temos outra saída: nós precisamos investir
naquilo que é nosso. Aqueles que visitarão o Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
procurarão saber o que o gaúcho tem para mostrar. Ontem, nós tínhamos as nossas
churrascarias, hoje ainda as temos, mas bem mais inferiores àquelas de Santa
Catarina, do Paraná, do Mato Grosso do Sul e de São Paulo. Ontem nós tínhamos
aqui a Pulperia, o João-de-Barro, o Tio Flor e tantos outros restaurantes, hoje
não temos mais nada. Nós vamos seguir perseguindo, defendendo essa bandeira
através de Parceria Público-Privada, porque é impossível aceitar essa condição.
Acho que o carnaval deve receber verba, mas é muita diferença; é pouco caso com
aquilo que é nosso. As pessoas podem não gostar da cultura gaúcha, mas não
podem negar que nós a temos. Não somos melhores do que ninguém, somos
diferentes, temos uma cultura própria. Eu os convido a conhecerem o carnaval de
Uruguaiana, é muito lindo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, quero lembrar que, para solicitar o destaque das Emendas, temos até
o final da discussão. Portanto, lembro aos Srs. Vereadores que ainda não tenham
destacado Emenda e que tenham interesse em destacar, nós temos mais um Vereador
inscrito, e este será o prazo para encerrar a solicitação dos destaques.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, apenas para um esclarecimento: a relação da matéria destacada é a
que consta na distribuição ou tem alguma novidade?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): As que foram
destacadas até o presente momento são estas.
O SR. REGINALDO PUJOL: Correto,
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Paulinho Ruben Berta está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
todos os que nos assistem pelo Canal 16 e nos escutam através da Rádio Câmara,
eu quero ir na mesma linha colocada pelo Vereador que me antecedeu. Realmente,
os bairros de Porto Alegre, hoje, precisam ter recursos e uma sustentação para
poder fazer suas demandas. Sobre carnaval; nós não somos contra o carnaval,
pelo contrário, nós queremos carnaval na nossa Cidade, pois traz, além do
turista, o dinheiro que circula na Cidade. Mas também queremos que circule nos
bairros da cidade de Porto Alegre.
O Conjunto Residencial Rubem Berta faz uma festa
comunitária, em que agrega uma série de serviços prestados à população, e
praticamente quase nunca obteve recurso algum. Neste ano, por ter um representante
nesta Casa, a região Norte de Porto Alegre fez uma Emenda de 20 mil reais, para
poder sustentar esta festa.
Na busca disso, é que viemos para dentro desta
Casa. Viemos trabalhar nessa função. Mas não pode ser destinado a somente um
local todo esse recurso. Parte desse recurso tem que ser destinado ao carnaval
de bairros, às festas comunitárias, enfim, tem que ser destinado recurso para
essas regiões, para essas vilas, para esses bairros.
Trago como exemplo o Conjunto Residencial Rubem Berta, que tem uma das maiores ocupações no Estado Rio Grande do Sul, com mais de 30 mil moradores, que precisa também de Cultura. Precisa ter seus projetos culturais, suas festas comunitárias, enfim, é isso que hoje nós buscamos através desta Emenda. Sabemos que ela pode passar, como pode ser rejeitada. Então, eu venho pedir o apoio para esta Emenda, que todos nos apoiem e nos ajudem para que esta Emenda passe.
Também gostaria de aproveitar o momento, sendo que
o tema é Plano Plurianual, para fazer um apelo à Região Norte e Eixo da
Baltazar, para tratarmos principalmente do que nos foca lá, que é a instalação
da Frente Parlamentar da Escola Técnica no Centro Vida. Junto com a Cultura,
junto com o Plano Plurianual, têm que vir também condições para que possamos
instalar a Escola Técnica no Centro Vida - um “elefante branco” em que hoje há
poucas atividades, embora tenha muito espaço e esteja atirado. Quero colocar
que é importante que tenhamos na nossa Região, teatro, cultura, esporte, lazer,
mas precisamos, principalmente, da Educação, no sentido exato da palavra, da
Escola Técnica no Centro Vida.
Para lá já foi conquistado, com uma luta muito
incessante também de V. Exª, Ver. Dr. Raul, um Programa de Saúde da Família 24
horas - um posto de saúde 24 horas. E aquele local comporta, Vereador, a
instalação de um posto de saúde 24 horas, a escola técnica e outros
equipamentos que vão beneficiar aquela região, que hoje nós achamos que precisa
ser reativada.
Eu venho aqui solicitar a ajuda de todos; e
gostaria de reforçar, mais uma vez, fazendo uma solicitação ao DEP, ao DMAE e a
todos os responsáveis: a desobstrução dos arroios, que esta noite deixaram
muitas famílias fora de casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos o Memorando
nº 063/2009, do Gabinete do Ver. Engenheiro Comassetto, assinado pela Líder do
PT, Verª Maria Celeste: “Venho, por meio deste, solicitar à Presidência a
Representação Institucional desta Casa Legislativa na 5ª Reunião de Coordenação
Executiva da 4ª Conferência, na cidade de Brasília/DF, pois, como membro da
Comissão e Conselheiro, devo participar das reuniões que se irão se realizar
nos dias 10 e 11 de agosto de 2009, das 9h às 17h, conforme convite em anexo.
Outrossim, registro que a representação em questão ocorrerá sem qualquer ônus
aos cofres públicos”.
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir
o PLE nº 016/09.
O SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras
que nos acompanham nesta tarde, o Plano Plurianual, por alguns momentos, vira
um espaço onde as pessoas que sempre sonharam em dirigir a Cidade investem os
seus sonhos: alguns Vereadores apresentam Emendas que, se fosse possível,
tirariam todo o dinheiro da Publicidade, tirariam todo o dinheiro de algum
outro programa. E não funciona assim, Ver. Pujol; o Plano Plurianual é um
esqueleto e vai ser trabalhado em cima do que está posto. Eu confesso aos
senhores que estou bem tranquilo para falar sobre o Plano Plurianual, porque
neste ano não apresentei nenhuma Emenda. No outro ano apresentei Emenda, que
foi aprovada aqui, e até agora a Entidade beneficiada não recebeu o recurso,
porque o Conselho Municipal de Assistência Social resolveu meter a mão no
recurso que foi aprovado pelos Srs. Vereadores. O Conselho Municipal achou que
tem mais poder e mais autoridade do que a decisão desta Casa e resolveu, então,
bloquear, não repassar a verba para a Entidade que beneficiava as crianças da
Vila Alto Erechim. Então, é muito discurso, e na hora de pôr em prática aquilo
que é votado, o que é decidido aqui termina não se concretizando.
Nós temos algumas Emendas apresentadas aqui, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, que não fazem
sentido, são Emendas absurdas, com valores absurdos, num momento absurdo de
decidir em apresentar uma Emenda dessas aí. Todos têm liberdade de apresentar
as Emendas que quiserem apresentar, mas tem que ter equilíbrio, tem que
entender que nós estamos vivendo hoje um Governo que foi reeleito pelo povo, e
é necessário confiar neste Governo. Concedo-lhe um aparte, Ver. Ervino Besson,
com muita honra.
O Sr. Ervino Besson: Muito
obrigado, Ver. Nilo Santos, colaborando com o pronunciamento de V. Exª, eu vou
citar como exemplo a Reserva de Contingência. A Reserva de Contingência tem um
valor de mais ou menos de 12 milhões de reais, e entraram Emendas de
aproximadamente 26 milhões. Então, não tem de onde retirar esses recursos! Se
há uma programação de 12 milhões, como entraram com Emendas de 26 milhões? É
impossível, Vereador! Muito obrigado pelo aparte.
O SR. NILO SANTOS: Obrigado pela
colaboração. Na realidade, é uma forçação de barra o que acontece no momento do
Plano Plurianual. Algumas pessoas perdem o sentido na hora de apresentar
Emendas! E outra coisa, a discussão que é feita nesta tribuna, senhoras e
senhores, no momento da votação do Plurianual... Nós tivemos que ouvir o Ver.
Carlos Todeschini, aproveitando a oportunidade da discussão do Plurianual para
falar sobre o problema na Secretaria de Saúde, do Instituto Sollus! É
totalmente “fora da casinha”! E é por isso que, muitas vezes, não assinamos os
destaques, porque termina virando um espaço de agressão aqui nesta tribuna. E
não é para isso, é para discutir coisas sérias, é para discutir uma Emenda
séria, não numa proposta em que tem 12 milhões apresentarem Emendas no valor de
20 milhões.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª
Permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, apenas para não
causarmos confusões para quem nos assiste. Na verdade, é em torno de 400
milhões o que o Governo propôs, ao ano, de investimentos no Plurianual; e o
total de Emendas propostas pelos Vereadores chegava a 26 milhões. Então, não
está superdimensionado, porque são 400 milhões ao ano. Só para a gente situar o
debate nos marcos reais.
O SR. NILO SANTOS: Agradeço a
colaboração, Vereadora. Mas, Verª Sofia Cavedon, batem tanto na publicidade,
mas eu me lembro como se fosse hoje daquela musiquinha do Cidade Viva na
televisão. A toda hora, “Cidade Viva, Cidade Viva, Cidade Viva”. Será que
aquilo ali foi de graça? Parece-me, Ver. Oliboni, que temos que assimilar que
este Governo que está aí hoje, este Governo que encaminhou este Plano
Plurianual, parece-me que a população resolveu reelegê-lo porque confia nele, e
parece-me que o senhor, Ver. Oliboni, também tem que confiar neste Governo que
está aí; sem Emendas radicais. Vocês não estão no Governo; quem não está no
Governo que se acalme, que deixe o barco correr. Na próxima eleição que faça um
trabalho mais forte, e talvez retorne ao Governo. Obrigado, senhoras e
senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 016/09, por cedência de tempo do
Ver. Nelcir Tessaro.
O SR. ADELI SELL: Meus caros
colegas Vereadores e Vereadoras, queria agradecer ao Ver. Tessaro pela cedência
do tempo, e, claro, quero dialogar com o Ver. Nilo Santos.
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR. ADELI SELL: Não tem forçação de barra, Ver.
Nilo Santos. Sei que V. Exª usou isso como retórica para puxar um debate, e
estou aceitando o debate. Só lastimo que o Líder do Governo não tenha aceitado
o meu debate. Porque quero que V. Exª me explique como vão justificar a ligação
deste Plano - que não é um plano, é um amontoado de ideias, suposições, números
vagos - com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Na Lei de Diretrizes
Orçamentárias você coloca claramente a diretriz, para, depois, puxá-la para a
LOA - Lei de Orçamento Anual -, com valores, ou não tem como fazer. V. Exª me explique
isso, Ver. Nilo Santos!
O Sr. Nilo Santos: Ver. Adeli,
agradeço o aparte. Poder fazer um aparte num discurso equilibrado desses é
muito bom. Quero aproveitar o espaço só para fazer um esclarecimento à Verª
Sofia Cavedon. A senhora usou o meu tempo, eu lhe permiti o aparte, e a senhora
me falou em 26 milhões de reais. Recebo a informação de que a média dos aportes
é de 90 milhões. Não use mais apartes no meu tempo para me dar informações
equivocadas! Não são 26 milhões de reais, são 90 milhões de reais em Emendas.
Muito obrigado, meu querido Ver. Adeli.
O SR. ADELI SELL: O valor das
Emendas, Ver. Nilo Santos, é algo extremamente secundário, porque V. Exas.
devem concordar comigo, Vereadores Nilo e Valter, que no Congresso Nacional -
que não serve de exemplo para nós, mas devemos olhar para o Congresso Nacional
para não fazer o que eles fazem - as Emendas são carimbadas: Deputado “x” tem
10 milhões de reais em Emendas; Deputado “y” também tem, e aí, conforme o jogo
parlamentar, você está mais ou está menos para o Governo e o Governo vai
liberando as Emendas. Aqui não, aqui queremos que o Governo diga o que vai
fazer, se vai fazer, como vai fazer e onde há recurso. Nós fiscalizamos, não é,
Ver. João Dib? O papel do Vereador, antes de mais nada, é de fiscalizar.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, obrigado pela generosidade do
aparte. Ninguém, na história da República brasileira, agudizou tanto esse
processo do toma lá dá cá quanto o seu Governo, sob a Liderança do Presidente
Lula.
V. Exª sabe que reconheço a seriedade do seu
trabalho, a qualidade do seu trabalho, e quase sempre, nos momentos em que V.
Exª subir à tribuna e me dirigir qualquer provocação, eu responderei. Só não
respondi desta vez, embora reconheça a seriedade do seu trabalho, porque não
achei que a crítica que V. Exª estava fazendo era uma crítica séria. Portanto,
ela não vem ao encontro dos melhores diálogos que já tivemos aqui neste
Plenário. Muito obrigado.
O SR. ADELI SELL: Não, Vereador,
em primeiro lugar, eu posso não acertar, posso até errar, porém seriedade é a
minha tônica. Eu posso ter divergências com V. Exª, é diferente; agora,
seriedade é que não falta, até porque a hipocrisia está lá no Inferno de Dante,
eu deixo a hipocrisia de lado, e não faço uso dela, porque este não é o meu modus
operandi aqui.
A Srª Maria Celeste: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço V. Exª por permitir que
eu faça este aparte. Quero aqui responder à provocação do Líder do Governo e
dizer que quem está inaugurando o toma lá dá cá e uma nova prática,
especialmente em relação às Emendas nesta Casa Parlamentar, é o Líder do
Governo, quando ele vem e propõe 50 mil reais nas Emendas para todos os
Vereadores desta Casa. Esta nova prática está sendo instalada pela primeira vez
nesta Casa, pelo menos nos últimos dez anos, em que eu tenho presenciado aqui,
especialmente no Orçamento.
O SR. ADELI SELL: Eu jamais vou
defender o modo como são feitas as Emendas no Congresso Nacional, e nem a sua
forma de liberação. Jamais, jamais! Esse erro vem de muito tempo, e continua.
Mas é o Congresso Nacional, os atuais Deputados Federais, e inclusive os da
oposição lá, que não querem mudar as Emendas parlamentares. Não querem mudar!
Se quisessem, poderiam; aqui não vinga esse tipo de procedimento. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sr.
Vereadores, eu dou por encerrada a discussão da matéria e passo a adendar os
destaques feitos pelo Líder, Ver. Bernardino e outros Vereadores ao PLE nº
016/09. A Emenda nº 10, com Subemenda nº 01, também foi destacada; bem como a
Emenda nº 34, com Subemenda nº 01; as Emendas nºs 32,49,50,51,70,71; a Emenda
nº 80, com Subemenda nº 01; a Emenda nº 81, com Subemenda nº 01; a Emenda nº
84, com Subemenda nº 01; a Emenda nº 85, com Subemenda nº 01, e a Emenda nº 91,
com Subemenda n º 01; portanto, agregam-se aos destaques anteriores.
Peço a atenção dos Srs. Vereadores. A Presidência
fez uma proposta para encaminhar as Emendas destacadas. Eu não sei se o
Plenário chegou a um acordo sobre isto; se não chegou, eu tenho que seguir
rigorosamente o Regimento da Casa, e é o que vou fazer.
A SRA. MARIA CELESTE (Questão de Ordem): Ver.
Presidente, a Bancada do PT não dá acordo e segue a proposta do Regimento.
O SR. VALTER NAGELSTEIN (Questão de Ordem): Lastimamos,
Sr. Presidente, porque o nosso interesse era do acordo. Muito obrigado.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Essa última
relação lida por V. Exª vai distribuída em avulso, para informação?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): De imediato.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: De qualquer
forma, Sr. Presidente, eu gostaria de informá-lo que vamos seguir a proposição
de Vossa Excelência. Nós vamos discutir em bloco os destaques que propusemos.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Valter
Nagelstein, não havendo acordo, eu vou seguir o Regimento evidentemente.
Portanto, fica prejudicada a sua posição; V. Exª poderá abrir mão ou não.
Para o entendimento da Casa, quero dizer que uma
Emenda destacada pode ser encaminhada pelo seu autor, e um por Bancada.
Correto? O autor do destaque.
Nós temos aqui 30 Emendas destacadas. Portanto, se
nós partirmos da posição que temos de pelo menos uma posição e uma
contraposição, nós teremos 60 encaminhamentos multiplicados por cinco minutos,
que é o tempo de encaminhamento.
Portanto, nós vamos combinar até quando vamos levar
esta Sessão, e retomamos na quarta-feira, ou, se quiserem, faremos uma Sessão
Extraordinária; o Plenário é que irá decidir também, correto?
Portanto, nós vamos começar a votação das Emendas;
a Emenda nº 03 - eu solicito o Processo por gentileza - cujo autor do Destaque
é o Ver. Aldacir Oliboni.
A SRA. MARIA CELESTE: É possível
suspender a Sessão para que a gente tenha o teor de todos os destaques, tendo
em vista o acúmulo de Emendas destacadas que foram apresentadas agora, no
último momento, pela Liderança do Governo?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Veja o
seguinte Verª Maria Celeste: V. Exas. Já haviam recebido uma prévia, e agora
nós estamos adendando o que o Líder do Governo fez. Dentro de três minutos, não
há prejuízo, vai estar entregue aos senhores. Portanto, nós vamos começar pela
Emenda nº 03, cujo autor do Destaque é o Ver. Aldacir Oliboni, que vai fazer o
encaminhamento.
Em votação a Emenda nº 03, destacada, ao PLE
016/09.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, na realidade nós estamos correndo contra o tempo. Nós temos prazo
para a entrega deste Projeto de Lei do Plano Plurianual ao Prefeito, para que
ele possa fazer a LDO. Eu proporia que o tempo usado no debate do Destaque
fosse de dois minutos por Vereador.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Bancada do
PT já me sinaliza de que não dá acordo; portanto, vamos seguir o Regimento,
Ver. Dib.
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
encaminhar, como autor, a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras e todos os que
acompanham a nossa Sessão no dia de hoje, a primeira Emenda destacada traz como
autor este Vereador, que trata da política de urgência e emergência do SAMU em
Porto Alegre. Todos nós sabemos que, em Porto Alegre, das 16 ambulâncias que
nós temos, somente duas são UTIs móveis, e o Governo, na Peça Orçamentária, na
Peça do Plurianual, não se refere a nada; praticamente não fala da política do
SAMU em Porto Alegre. Ora, eu tenho acompanhado muitas das ações do SAMU, para
o qual nós damos grande louvor, porque é um serviço excelente da Cidade de
Porto Alegre, que não pode ficar restrito apenas à central que hoje está no
HPS. Nós temos hoje 16 regiões da Cidade e mais de 80 Unidades de Saúde que
clamam por uma ambulância nas proximidades da sua Unidade de Saúde.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, anteriormente, quando
se discutiu o Projeto como um todo, nós viemos à tribuna e demos ao Relator da
matéria, o Ver. Airto Ferronato, uma responsabilidade de orientar o nosso voto,
e não nos arrependemos dessa posição, não só por reconhecer as qualidades
pessoais e profissionais do Ver. Ferronato, mas, sobretudo, porque na leitura
que fizemos do seu Relatório, vimos lógica na apresentação do mesmo. É a teoria
que o Ver. Nilo posteriormente sustentou da tribuna, ou seja, de que o Plano
Plurianual não é uma colcha de retalhos em que coubessem todas as situações
imagináveis, e não seriam poucas, dada a sabedoria dos integrantes desta Casa;
tem o seu esqueleto, o seu ordenamento. Eu poderia, simplesmente, ficar calado
nesta hora, votar contrariamente à proposta do Ver. Aldacir Oliboni, que quer
montar uma diretriz pela qual o Governo possa comprar mais ambulâncias,
adquirir mais ambulâncias, fazer parceria com o Governo Federal. Fato esse que
o Governo não ficará obstado de fazer se não tiver essa diretriz, porque isso
faz parte da situação global, do atendimento à Saúde pública aqui na cidade de
Porto Alegre.
Eu vou procurar concluir, Sr. Presidente, não quero
ser enfadonho, só digo que a proposta do Ver. João Dib não foi acolhida, de que
seriam apenas dois minutos de apresentação. Então, a minha posição, Ver. Toni
Proença, V. Exª conhece muito bem, eu sou uma pessoa muito transparente, muito
clara, muito sincera, e disse que não tinha esmiuçado este Projeto da forma com
que costumeiramente eu esmiúço os Projetos que tramitam na Casa, e que
seguramente o faria em outras circunstâncias; não fiz agora. Por isso eu estou
sustentando mais uma vez, lamentavelmente Ver. Aldacir Oliboni, V. Exª que tem
várias propostas que serão discutidas, eu vou discutir todas elas, porque não
quero me furtar da possibilidade da discussão. Mas aquelas que não foram
recomendadas pelo nosso ilustre Relator não vão merecer o meu voto favorável.
Era isso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE
nº 016/09.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
e aqueles que nos acompanham nesta Sessão, o Ver. Oliboni apresenta uma Emenda,
e venho aqui defendê-la pela nossa Bancada, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores, porque ela tem lógica, ela é coerente e ela é preocupada com o
atendimento dos serviços de urgência e emergência na Cidade; ele não está
colocando nem sequer valores, a não ser um valor simbólico. Por quê? Porque é
notória a dificuldade e a falta de equipamentos para o atendimento da urgência
e emergência na Cidade. E, quando o Ver. Oliboni propõe abrir uma janela para
que se escolha um reforço ao SAMU, ele o faz com coerência, preocupado como
militante da Saúde que é, preocupado com a demora, muitas vezes, no
atendimento, porque muitos equipamentos, muitos veículos estão sucateados. Eu
mesmo presenciei um caso de um atropelamento, a quatro quadras do Pronto-Socorro,
em que o SAMU demorou mais de meia hora para chegar; atropelamento em cima da
calçada. Então, é correto! Há uma deficiência no atendimento da urgência.
O SAMU é um serviço que já foi modelo, e foi
copiado inclusive com o nome de SAMU por várias outras cidades do Brasil.
Pernambuco é um exemplo, adotaram até o nome usado em Porto Alegre, mas não é
mais assim. Aliás, as coisas na Saúde não vão bem há algum tempo, e continuam
piorando a cada dia que passa. E aqui queremos fazer um parêntese: não é por
responsabilidade dos funcionários, nem da Direção do HPS, nem dos profissionais
que têm uma dedicação e um atendimento extraordinário; há um consenso, os
profissionais fazem o que podem, e mais do que isso. Agora, há uma sobrecarga,
sim, há uma deficiência nos serviços de atendimento, e, portanto, o Ver.
Oliboni faz, e faz muito bem, é a alocação de recursos para reforçar os
trabalhos do SAMU que tem salvado muitas vidas, mas precisa ser modernizado,
precisa ser atualizado e precisa dar cobertura, e ter a amplitude que se faz
necessária na Cidade.
Portanto, nós, como Bancada do Partido dos
Trabalhadores, estamos solidários, estamos apoiando essa iniciativa, porque ela
vem reforçar os serviços de urgência e emergência de nossa Cidade. E, mais uma
vez, muitas vidas poderão ser salvas com a implementação dessa medida, dessa
ideia. Se salvarmos uma só vida, ela já se justifica, Ver. Aldacir Oliboni,
como uma iniciativa importante, prioritária, que tem que ser apoiada por todos
os Vereadores desta Casa. Nesse sentido, Ver. Ervino Besson, é que fazemos uma
conclamação, porque se tratam de vidas, trata-se de salvar vidas, atender as
pessoas em menor tempo, e trata-se de ter equipamentos modernos, em melhores
condições de uso, para poder atender às necessidades do povo de nossa Cidade.
Agradeço a todos pela atenção. Aguardamos os votos
das demais Bancadas para que essa ideia possa ser aprovada. Vejam bem, não
estão nem sequer determinados valores. É um valor simbólico, é uma janela que
se abre, para que depois possamos trabalhar em nível de Lei Orçamentária Anual
na Lei de Diretrizes Orçamentárias para assentar, então, uma consagração da
conquista da Cidade. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03,
destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou provar que em
dois minutos é possível discutir e resolver o problema. A Prefeitura de Porto
Alegre tradicionalmente gasta 18% a 20% de seu Orçamento na Saúde. O Ver.
Aldacir Oliboni poderia pedir ao Presidente Lula que deixasse fazer a
regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, de que na semana passada foi
falado no Senado, aí Porto Alegre teria mais recursos para atender à Saúde e
não precisaria fazer Emendas como essa que faz sobre a publicidade, pois o
Prefeito Tarso Fernando Genro quando teve uma Emenda que diminuía a publicidade
no seu Gabinete fez uma suplementação em 13 mil e 206 porcento.
Portanto, Presidente Lula, deixe regulamentar a
Emenda nº 29 que nós vamos ter a Saúde melhor não só para os porto-alegrenses,
mas para todos os brasileiros. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03,
destacada, ao PLE nº 016/09, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de fazer
um apelo e um registro. Esta Emenda não tem valores, ela não prevê valores, é
uma diretriz para o Plurianual, que é o mais correto a fazer em debates no
Plurianual. Nós não devíamos estar baixando a valores projetados para os quatro
anos, devíamos estar discutindo as grandes diretrizes de Governo.
Ora, o Ver. Oliboni propõe uma diretriz de
ampliação dos serviços do SAMU. Eu não consigo entender por que essa Emenda não
é incorporada. O Ver. Airto também não a incorporou no Relatório, mas eu
gostaria de ouvir do Governo e ver o voto, porque a cidade de Porto Alegre
cresceu muito, a estrutura de atendimento em Saúde está obsoleta, está
completamente insuficiente - para verificarmos isso, basta só andarmos pelos
serviços de emergência. Nas Emergências do SUS são 12 horas de espera; nós não
estamos preparados. É o terceiro ano em que não há Operação Inverno, mas não há
só um problema da Operação Inverno, há um problema de estrutura de atendimento
da Saúde básica e da estrutura de atendimento da Emergência. A situação da
Emergência é escandalosa! Escandalosa!
Então, uma diretriz de ampliação é o mínimo com que
o Governo tem que acenar para esta Cidade. É uma janela. Não há recursos, e eu
duvido que o posicionamento da Cidade seja contrário à ampliação do atendimento
de urgência! Nós temos vários Vereadores médicos que sabem muito bem o estresse
que os médicos estão vivendo neste momento. Eu tenho o depoimento da pediatra
dos meus filhos sobre o desespero dentro dos hospitais com as enormes filas,
com a imprensa pressionando pelo atendimento, com pessoas passando mal e o
Sistema de Saúde não dá conta.
Eu já relatei aqui que o próprio atendimento de
urgência, via convênio, está caótico. Quem tem convênio espera quatro a seis
horas para ser atendido nas urgências, e no SUS é muito mais grave. Então, eu
não entendo que o Governo ache desnecessária a ampliação do atendimento de
urgência. O SAMU é fundamental. O SAMU atende a todos, mas a população carente,
para se deslocar numa situação de saúde emergencial, precisa muito do SAMU, um
programa muito acertado e instalado nesta Cidade; um programa essencial que dá
o primeiro atendimento, o atendimento imediato, que faz o transporte. Eu tinha
um relato de um médico intensivista, no sábado, que esteve atendendo ali no
posto perto do Presídio Central, e atendeu uma criança que estava muito mal,
ligou para o SAMU, que disse: “Não, se não for na rua, não vamos atender”. Ele
abriu a porta do consultório e chamou todo o mundo: “Estou fazendo o meu papel;
esta criança pode morrer aqui”. E aí um paciente que estava aguardando na fila
de espera disse: “Estou de carro, eu levo”. Foi isso o que aconteceu. Este foi
o relato de um médico, num posto de saúde, no sábado à noite; aí a criança foi
internada no PAM, porque estava muito mal; estava com pneumonia. Estamos assim
em Porto Alegre, dependendo da solidariedade de pessoas que estão de carro para
carregar os pacientes; os doutores forçando a porta para ter atendimento, e o
Dr. Thiago vai me confirmar porque ele forçou a porta... Ah, a resposta do SAMU
foi diferente: “Se não tiver leito ou internação prevista, não vamos buscar”,
aí um cidadão teve que levar. A situação é muito grave na Saúde em Porto
Alegre. Eu até admitiria: “Ah, num investimento de tantos milhões não é
possível incorporar Emendas”, agora, uma diretriz, Ver. Oliboni, isso é
inaceitável! Acho que devemos votar favoravelmente para mostrar que estamos
atentos ao que está acontecendo na Cidade, atentos ao desespero e à necessidade
da população.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Aldacir Oliboni, a Emenda nº 03, destacada, ao
PLE nº 016/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 05
votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em votação a Emenda nº 04, destacada, ao PLE nº
016/09. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar,
como autor, a votação da Emenda nº 04, destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, sabemos que uma das atribuições dos Vereadores é poder, através de
Projeto de Lei ou de Emendas, fazer a crítica necessária sobre alguns programas
que, a meu ver, não funcionam na Cidade ou, na maneira de ver da população,
ainda existem muitas necessidades ainda.
Esta Emenda nº 04 apenas aponta uma diretriz de
ampliação do Programa de Saúde da Família - PSF, Programa de Saúde da Família.
O Programa de Saúde da Família em Porto Alegre tem 84 equipes. Nós aprovamos
aqui, no final do ano passado - e veja como o Governo se contradiz nisso, pois
além da renovação do contrato através de uma empresa, pois o contrato é
suspeito, até porque foram apontadas inúmeras irregularidades, e hoje o Governo
busca uma outra empresa... Nós percebemos que o Governo, ao aprovar lá no final
do ano um compromisso nesta Casa de ampliar a cada ano 50 equipes de PSFs, ele
apenas poderia confirmar essa diretriz que ora estamos apresentando. Ele só não
aponta no Plano Plurianual esse compromisso de ampliação, como de fato ele veta
a Lei. Então, vejam só a contradição, por isso nós falamos que a Peça Orçamentária,
a Peça de Diretrizes Orçamentárias é uma ficção. Ele mesmo diz que vai aumentar
em 50 equipes a cada ano. Inclusive havia, agora, 38 equipes com planejamento
pronto, e não foi feito ainda. Mas, enfim, esse compromisso que o Governo tem
com esta Casa é no sentido de ampliar 50 equipes em cada ano. Inclusive
prometeu na campanha: 200 equipes nos quatro anos. Não é muito sacrifício ele
acatar essa diretriz, até porque ele já falou isso. Isso mostra, Ver. Valter
Nagelstein, Líder do Governo, que é preciso o seu Governo valorizar os
Vereadores, não só como oposição, mas como colaboradores da política do
Governo, porque nós estamos colaborando com aquilo que ele disse. Só que, na
prática, ele não quer comprometer-se para não fazer. Tanto é verdade, que aqui
está, no momento que ele tenta convencer os Vereadores para não ampliar esse
Programa na cidade de Porto Alegre.
Sabemos nós que todas as capitais no Brasil afora
não só investem no Programa de Saúde da Família, como percebem, dizem
claramente que é um dos melhores Programas que têm para a prevenção; e mais do
que isso, de política de Saúde. Agora, vejam só, quem é que vai lá, in loco,
na comunidade conversar com o cidadão na sua casa? São os Agentes Comunitários,
os Técnicos de Enfermagem, a Enfermeira e o Médico Comunitário, através das
equipes da Saúde da Família.
Então, é de lastimar, sim, e de ficar muito triste,
no momento em que o Governo não aceita uma Emenda de ampliação desse serviço na
cidade de Porto Alegre. Por isso que nós queremos, ao menos, pedir aqui a
sensibilidade dos nobres Vereadores. Quero dizer que estarei fazendo o meu
papel, informando para todos os Agentes Comunitários, a todas as equipes do
Programa Saúde da Família, sobre o papel dos Vereadores: daqueles que votaram a
favor ou contra, porque isso eu tenho de fazer. Afinal de contas, na tribuna,
no microfone, o discurso é maravilhoso, mas na hora de apertar o botãozinho
aqui, o nobre colega Vereador que lá na comunidade fala bem e diz que está
apoiando o Programa de Saúde da Família, aqui vota contra! É uma incoerência
entre a realidade e o discurso!
Por isso, quero dizer claramente que essas Emendas
que estou apresentando, cujo espelho de votação desta Casa eu terei em mãos, e
com isso farei um trabalho formiguinha, mas farei, com certeza, divulgando
àqueles profissionais, àqueles que defendem esse Programa, para dizer de que
forma os Vereadores votaram. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04,
destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
novamente vou provar que não são necessários cinco minutos para repetir as
mesmas coisas, e eu vou repetir. A Prefeitura de Porto Alegre gasta mais de 18%
em Saúde. O Senado Federal, aquele incorrigível Senado Federal, que tem a
péssima impressão de quase toda a população brasileira, já regulamentou a
Emenda nº 29, que dá mais recursos para a Saúde. O Presidente Lula não deixa
votar a regulamentação na Câmara Federal. Ele precisa fazer isso para que ela
seja promulgada. Ver. Oliboni, grande defensor da Saúde, grande Líder petista,
encaminhe-se ao Presidente Lula e faça com que seja votada a Emenda Constitucional
nº 29, e teremos muito mais dinheiro para a Saúde, não precisaremos brigar com
diz-que-me-diz-que aqui no Plenário. Saúde e PAZ.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04,
destacada, ao PLE nº 016/09.
Peço a atenção das Sras Vereadoras e dos
Srs. Vereadores, porque há muito burburinho no plenário, não consegui ouvir o
Vereador.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há pouco eu conversava
com algumas pessoas que têm expectativas de algumas Emendas. Eu quero dizer que
as Emendas nºs 01 e 02, que não estão relacionadas aqui, cuja aprovação o Ver.
Ferronato já recomendou, e, com certeza, ainda vão ser incluídas no rol daquelas
Emendas que serão votadas em bloco e, evidentemente, serão aprovadas. Quanto à
Emenda nº 04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, antes que a Verª Sofia venha
à tribuna e diga que não se fala em recurso, eu vou dizer que se fala em
recurso e se fala grosso em recursos. Aliás, vou deixar bem claro, tem muita
gente nos ouvindo e pode parecer que a gente está aqui de bandido; nós tínhamos
que ter um orçamento só para o Ver. Oliboni, que sozinho propõe Emendas - sem
contar as que ele vai conseguir aprovar - acima de 11 milhões de reais, pegando
um pouquinho aqui, um pouquinho acolá, etc.
Então, estou falando em diretrizes que já estão
colocadas no Orçamento, que efetivamente são programas com os quais o Governo
do Município tem compromisso e vai executar. Então, quando eu digo que eu tinha
tomado essa posição de acompanhar o Relatório do Ver. Ferronato, não é por
simpatia ao Vereador socialista, nem por conexão política, é porque eu vi que é
um trabalho sério, bem elaborado e que, evidentemente, merece o meu apoio. Eu
não tive tempo nem condições de esmiuçar a matéria como ele esmiuçou. Diante
disso, eu não tive dúvida e vim aqui colocar a minha posição. Agora, propor
aumentar os Programas de Saúde da Família... Quero dizer que serão aumentados,
o Prefeito já declarou, vem fazendo todos os anos. Agora, não precisa ganhar um
carimbo, porque é uma diretriz que está no Orçamento, porque o Ver. Oliboni
assim o quis; não! Está assim, porque o Governo já propôs nesse sentido e, por
isso, obviamente, não há necessidade de fazer esse registro. Não é o caso, por
exemplo, da Vila São Borja, da Vila Santa Rosa, para o que tinha que se fazer
uma emendinha; foi feita a Emenda popular e que vai ser por nós aprovada, com
toda a certeza. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04,
destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; meu caro Ver. Toni Proença, vejam só, o Prefeito
Fogaça, na campanha, falou que ampliaria em 200 as equipes do Programa de Saúde
da Família, ou seja, para quem conhece matemática básica, 200 divididos por
quatro, são 50 equipes por ano, certo? E o Ver. Oliboni está fazendo aquilo que
o Prefeito prometeu durante a campanha, incluindo o Programa de Saúde da
Família na distribuição temporal do Plano Plurianual.
Então, vejam só, para 2010 ele prevê que se tenha o
total de 170 equipes. Se tem 84 e o Prefeito falou que faria 50 por ano, seriam
184; mas não, o Vereador está fazendo 170, é menos. Inclusive é menos do que o
Prefeito propôs, porque ele, que tem o plano de saúde do Senado, que não
precisa do SUS nem do PSF, não tem esse problema, mas para o povo que precisa
do PSF, que é a única maneira de desospitalizar, de reduzir o custo da Saúde,
de fazer medicina preventiva - que é a tendência mundial da Saúde, todos os
especialistas falam nessa direção - é necessário que se amplie o Programa. Para
2011, ele aumenta mais 20 equipes, vai a 190; para 2012, aumenta 25 equipes, o
que dá 215 equipes no total. E, em 2013, 250, que é menos do que o Prefeito
prometeu durante a campanha.
Então nós, da oposição, estamos fazendo o que o
Governo não faz depois de eleito, porque uma coisa é o que se fala quando se é
candidato, e outra é fazer diferente depois que se está eleito. Não, nós
estamos pegando o Prefeito Fogaça pelo discurso, Ver. João Dib, que é o de
criar mais 200 equipes de Saúde da Família. Estamos um pouco abaixo disso
inclusive. Mas é muito bem apanhado e adequado o que diz o Ver. Oliboni na sua
proposição de ampliação de equipes de Saúde da Família que o Governo prometeu,
mas não incluiu, Ferronato, nos Programas! Então, aqui está incluído.
E isso não é nenhum exagero, porque Belo Horizonte
já tem 600 equipes de Saúde da Família, e Belo Horizonte começou copiando o
Programa do PSF de onde? De Porto Alegre! E já tem 600 equipes. Nós temos 84
equipes; temos um sistema que está devendo, e muito! Por isso o Pronto-Socorro
está estrangulado; por isso o Postão da Vila Cruzeiro está estrangulado, porque
todo o atendimento primário, Ver. João Dib, é feito no Pronto-Socorro e no
PACS, e não pelo Programa de Saúde da Família, não pelo postinho da comunidade.
A tendência moderna mundial da Saúde é se fazer
saúde preventiva! É desospitalizar, é tirar da internação, porque é o único
jeito de se criar um círculo virtuoso, barateando os custos da Saúde e fazendo
com que, de forma preventiva, ela seja muito mais barata.
Então, Ver. Adeli Sell, a nossa Bancada está
apresentando uma Emenda em relação a algo que, casualmente, mais uma vez, o
Governo prometeu durante a campanha, mas esqueceu de colocar na Lei; e, se não
está na Lei, como vai ser feito depois? Não é verdade?
A nossa meta é um pouquinho aquém, inclusive,
daquilo que foi prometido, mas tem que ser gravado como um documento legal para
que Porto Alegre tenha aqui inscrito na Lei do Orçamento Plurianual a sua meta
geral, e, depois, vá para a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que anula a
distribuição das vagas ano a ano. Mas esse é um recurso que tem que ser
previsto, até porque, em grande parte, esse recurso é repassado pelo Governo
Federal. Eu não entendo por que a resistência do Governo Municipal e da base do
Governo aqui em não incluir esta Emenda, que é absolutamente discutida na
Cidade, mas esquecida pelo Governo - esquecida pelo Governo! -, que precisa
tratar a Saúde, porque a Saúde vai mal!
E, Ver. João Dib, eu lhe digo: o problema da Emenda
nº 29 não é do Lula, é do congresso Nacional, porque o Presidente Lula já
determinou que esta Emenda seja aprovada, mas o Congresso é soberano; então,
depende dele. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04,
destacada, ao PLE nº 016/09, pela oposição.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste, esta Emenda que o Ver. Oliboni lembrou a tempo e na hora ao Governo
resgata aquilo que foi promessa de campanha do Prefeito Fogaça, dizendo da
necessidade do aumento do número de PSFs na Cidade de Porto Alegre. Na
campanha, ele dizia que aumentaria em 200 as unidades, onde se estabelece o
Programa Saúde da Família. É importante que aquilo que foi prometido durante a
campanha seja refletido na Peça Orçamentária, especialmente no Plano
Plurianual, coisa que não vimos em várias áreas, como na Saúde, na Assistência
Social, na Habitação, na questão ambiental, enfim, em várias áreas tão
importantes e tão caras para a cidade de Porto Alegre.
Agora, me chama a atenção que nós estamos, neste
momento, vivenciando na Cidade um dos piores momentos e uma enorme crise na
questão da Saúde, tendo em vista a questão da gripe, do vírus da influenza, da
gripe A. E uma outra crise institucional seriíssima, gravíssima, na qual esta
Casa tem tratado de fazer a mediação junto ao Governo Municipal, que é a
penúria em que vivem os agentes comunitários na cidade de Porto Alegre no que
diz respeito ao atendimento nos PSFs.
No final do ano passado, houve a troca dessa
instituição que estava coordenando o processo dos PSFs na cidade de Porto
Alegre para o Instituto Sollus. Nesta semana, fomos surpreendidos com a troca
da instituição, porque o Ministério Público de Contas, através do Dr. Da Camino,
solicitou que não se renovasse esse contrato - o contrato do Instituto Sollus -
para os PSFs na cidade de Porto Alegre. Portanto, o Governo trata agora de
buscar uma alternativa, tendo nesta Casa a alternativa já viável, que é o
Projeto de Lei que regulamenta e regulariza o PSF na cidade de Porto Alegre. E
nós, então, na semana passada, tivemos uma audiência bastante profícua com o
Secretário de Saúde e com o Secretário de Gestão, no sentido de agilizar a
proposta do Projeto e especialmente do Substitutivo, para que haja condições de
os PSFs serem efetivamente trabalhados na cidade de Porto Alegre.
Num momento de crise na área da Saúde, nós ainda
temos essa segunda questão apontada, que é dar conta dos 90 PSFs na Cidade, com
a garantia e a tranquilidade que os trabalhadores da Saúde merecem e precisam e
da necessidade da manutenção desse Programa. Como é que o Governo pensa em
fazer a ampliação dos PSFs se sequer dá conta, neste momento, da gestão
necessária dos 90 que seguem na Cidade de forma instável?
Então, diante desta situação que nós vivenciamos,
acho extremamente importante o que o Ver. Oliboni traz, coloca no PPA da
Cidade, qual seja, a necessidade do aumento dos PSFs em Porto Alegre. Mas, mais
importante ainda, é a manutenção do Programa como um Programa básico,
necessário, que chega lá na periferia por intermédio do agente comunitário,
especialmente na área da prevenção, coisa que hoje, urgentemente, nós
precisamos valorizar, tendo a epidemia da gripe da nossa Cidade.
Portanto, esta Emenda, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, é particularmente essencial no que diz respeito à concordância
desse Programa como prioridade para a Saúde na cidade de Porto Alegre. Vários
Vereadores estiveram presentes na reunião da Comissão de Saúde da semana
passada, coordenada pelo Ver. Todeschini, e vários outros foram junto ao
Governo Municipal gestionar para que a solução seja posta à mesa e que, de
fato, possamos contribuir especialmente no que diz respeito à qualidade de vida
do porto-alegrense, à qualidade da saúde do porto-alegrense, porque, acima de
tudo, nós estamos lidando com pessoas, com vidas, com seres humanos. Na
iminência da gripe, essa proposta do aumento dos PSFs é extremamente rica,
importante e salutar. Portanto, nós pedimos aprovação da Emenda do Ver.
Oliboni. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, eu gostaria de renovar o meu pedido, no sentido de que as Emendas e
Subemendas constantes da orientação de votação ao PLE nº 016/09 sejam votadas
em bloco. O Ver. Ferronato tem nove Emendas; se nós tivermos que encaminhar uma
a uma, na tática que propõe o Partido dos Trabalhadores, quem sofre é o
Plenário, que tem que ficar aguardando. Enquanto o Partido dos Trabalhadores
seguir com essa tática, infelizmente o Plenário vai ter que ficar aguardando.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vereador, isso
é regimental! V. Exª se reúne com a Liderança do Partido dos Trabalhadores e
outras Lideranças e, depois, dá o retorno para a Mesa.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
o Requerimento do Ver. Valter Nagelstein deve ser votado. A maioria decide se
nós vamos votar em bloco ou não.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu vou
verificar com a Diretoria Legislativa e dou o retorno.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu gostaria de
requerer que a Emenda nº 51 tivesse a sua votação antecipada; que, logo depois
desta Emenda que estamos encaminhando, pudéssemos avaliar a Emenda nº 51.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu vou
verificar a mesma coisa com a Diretoria Legislativa.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Está
condicionado, Sr. Presidente, é o acordo que nós propusemos.
A SRA. SOFIA CAVEDON: O senhor vote
contrário; nós solicitamos que ela seja antecipada.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu vou
verificar.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 04, destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente, Ver. Adeli Sell; caros colegas Vereadores; ilustre Ver. Aldacir
José Oliboni, proponente da Emenda ora discutida; caro público que nos assiste
pela TVCâmara, que nos ouve na Rádio Web, caros colegas presentes aqui no
plenário, quando o assunto é PSF nós não podemos nos furtar de discutir a
questão e o problema. O problema de quase cem postos de saúde que tiveram o seu
contrato rescindido esta semana com a empresa Sollus; e lá no início nós
colocávamos as questões vinculadas à empresa Sollus. É importante que
projetemos isso para o futuro, e vemos como alternativa dessa questão vinculada
ao Programa de Saúde da Família, que realmente ele seja adotado no Município de
Porto Alegre, e ele só poderá ser adotado à medida que esses profissionais
passarem a ter um vínculo direto com o Município. Por isso, já colocamos aqui o
nosso pensamento no sentido de que esses profissionais possam ser efetivados no
Município. Esses que já fizeram concurso público, esses que já fizeram processo
seletivo no Município de Porto Alegre, que eles possam ser incorporados ao
Município de Porto Alegre, seja da forma que for. Se a possibilidade jurídica
de construção puder apontar para a alternativa que outros municípios já
utilizaram, como por exemplo, Recife - da contratação direta desses
profissionais, via CLT, pelo Município -, que se possa fazer isso; e que não se
esqueçam dos profissionais que já estão trabalhando no Município, Ver. Pujol,
esses que já fizeram processo seletivo há algum tempo no Município de Porto
Alegre; que esses efetivamente possam ser incorporados. Porque, além da
situação funcional deles, eles já estão efetivamente arraigados às equipes de
Saúde da Família que desenvolvem.
Cremos que a alternativa não se faz através do
Plano Plurianual. Queremos destacar o problema que realmente existe, mas
alertamos que a solução não se dá através do Plano Plurianual. E, nesse
sentido, democraticamente, divergimos do Ver. Oliboni. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda nº 04, destacada, ao
PLE nº 016/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos
SIM, 15 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Agora eu respondo os Requerimentos do Ver. Valter
Nagelstein e da Verª Sofia Cavedon, com o art. 94 do Regimento, § 3º, letra
“b”: “votação, em bloco, de projetos de mesma matéria com pareceres favoráveis,
ou de Emendas, se houver consenso das Lideranças partidárias”. Não havendo
consenso, não pode ser colocado em votação o Requerimento. Da mesma forma, como
está omissa a questão que a Verª Sofia Cavedon colocou, só será feito se houver
acordo de Lideranças.
Em votação nominal a Emenda nº 05, destacada, ao
PLE nº 016/09. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
encaminhar, como autor, a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Adeli Sell; enquanto as Lideranças se entendem para podermos
votar o Plano Plurianual, é um direito deste Vereador manifestar-se e defender,
é claro, as Emendas que apresentou. Entendemos que as Emendas ora apresentadas
tratam da Saúde em Porto Alegre. A Emenda nº 05 do Plurianual, como diretriz,
fala da rede básica de Porto Alegre. O que é a rede básica? São as Unidades de
Saúde para onde o cidadão se dirige quando madruga para conseguir uma ficha
para consultar. Em todas as Unidades de Saúde, são liberadas de dez a doze fichas
por dia. Um dia não tem nenhuma, no dia seguinte tem oito, no outro dia tem
dez, e assim por diante. Se esse cidadão que vai consultar na Unidade de Saúde
necessitar de um especialista, os profissionais dizem o seguinte: “O senhor
aguarde em casa, porque nós vamos manter contato com a Central de Marcação e o
avisaremos quando conseguirmos marcar a consulta”. Essa marcação para
especialista demora seis meses, um ano, até dois anos. O que nós estamos
propondo aqui, como diretriz, é criar uma central de especialidades, para que o
profissional de saúde ali, na própria Unidade de Saúde, entre no sistema e
marque a consulta para o cidadão.
Então, o que estamos pretendendo, como diretriz, é
que o Município de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal de Saúde,
crie um mecanismo de informatização para marcar a consulta do cidadão que não
está conseguindo. Estamos aqui apenas dizendo - inclusive a PROCEMPA já esteve
nesta Casa e concordou em desenvolver um projeto nesse sentido - que se tenha
como diretriz a informatização dos serviços com a central de especialidades.
Percebemos que o Governo, ao dizer não à Emenda,
primeiro, não entende disso; possivelmente não entende! Isso não vai
atrapalhar. Pelo contrário, ele tem quatro anos para executar esse programa,
com esse projeto que a PROCEMPA pode desenvolver, inclusive disse aqui que tem
condições de desenvolver.
Então, nos causa estranheza, e, por isso, acho de
extrema importância que este Vereador, autor dessas Emendas ao Plurianual,
possa esclarecer à população que são todas medidas importantes para um programa
de saúde de Porto Alegre, e que o Governo não consegue ouvir, não consegue
enxergar.
O Secretário de Saúde possivelmente ou não tem
autoridade, ou não vai às Unidades de Saúde e acha que está tudo bem! Isso é um
baita descaso com a área da Saúde; fico indignado em perceber isso, e não é
porque a Emenda é da oposição que não deve ser aprovada. Isso é uma diretriz
importante para a Cidade, para o futuro dela, e o Governo acaba dizendo não a
todas elas, simplesmente porque são Emendas da oposição. Nesse sentido, peço o
apoio das Bancadas para que a votem como diretriz. Nós não estamos
comprometendo ninguém, apenas estamos dizendo que o futuro da Cidade tem que
ser preparado, e precisamos demonstrar que nós nos elegemos Vereadores para
propor políticas importantes para a Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05,
destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu quero salientar o fato de que tenho vindo à
tribuna a todo momento. Ocorre que eu me comprometi a votar favoravelmente
todas as Emendas que tivessem tido o crivo da Comissão que as examinaram e com
parecer favorável. Há uma matéria aqui, por exemplo, a Emenda nº 51, que não é
minha, é de um conjunto de Vereadores - a Verª Fernanda é uma das autoras, o
Ver. Toni Proença é outro dos autores, o Ver. Besson, o Ver. Beto Moesch, a
Verª Sofia Cavedon, enfim, é uma Emenda ultraplural. Para essa Emenda foi
recomendada a aprovação, e foi solicitado o destaque. Há um risco, é preciso
que se alerte, porque existe tanta matéria destacada que a pessoa vai se
acostumando a votar contra; daqui a pouco, vota-se contra o que já está
aprovado. Para as Emendas com Parecer favorável é desnecessário pedir destaque,
mas se pede destaque de tudo, a pretexto de discutir.
(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)
O SR. REGINALDO PUJOL: É que V. Exª faz
um gesto que eu não sei se é de aprovação ou de desaprovação. Espero que seja
de aprovação.
Quando eu digo que é natural que as Emendas que
mereceram Parecer favorável venham a ser aprovadas, é porque elas são
conjuntamente acolhidas. Por isso digo que a Emenda nº 51, que eu sei que é
preocupação de algumas pessoas, se dependesse do Parecer, esse Parecer em que
eu vou votar a favor, já estaria aprovada.
De outro lado, a Emenda que agora...
(Aparte antirregimental da Verª Sofia Cavedon.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Ora,
Vereadora, é tanto destaque que pouco me importa de onde vem! Há matéria
destacada que não precisa estar destacada! Se o Governo destacou ou deixou de
destacar, quem foi o Governo? O problema é que abriu-se para os destaques e
eles começaram a surgir de todos os lados.
De outra banda, Sr. Presidente, eu tenho informação
de que não é bem assim, que o destaque da Emenda nº 51 saiu de outra fonte.
Mas, de qualquer sorte, nessa Emenda nº 05, Ver. Oliboni, com toda a
sinceridade, V. Exª se perdeu até nos números. V. Exª fala em incrementar em um
milhão e 250 mil reais, aí retira de outra rubrica dois milhões e 150 mil
reais.
Olha, eu quero dizer, mais uma vez, que eu acho que
o Plano Plurianual é uma coisa séria, tem começo, meio e fim, tem que ser
ajustado entre si. O trabalho do Ver. Airto Ferronato foi criterioso, benfeito,
merece o nosso apoio, merece a nossa aprovação.
Então, alerto e aconselho o seguinte: quem quer
aprovar as Emendas possui mais interesse em manter o quórum. Eu ficarei aqui até
o derradeiro momento. Não se esqueçam de que a Emenda agora destacada para ser
apresentada precisa ter a maioria. E o que se vê é uma maioria de
contrariedade. Se a estratégia é manter o discurso, meus parabéns, estão
conseguindo. Vão falar dezenas de vezes no dia de hoje. Agora, consequência de
ordem prática é o que estamos vendo: muito discurso e nenhuma aprovação.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05,
destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou insistir numa
coisa: os problemas da Saúde deste País existem em função da imoralidade que
campeia na Câmara Federal e culpa de S. Exª, o Presidente da República. Eu já
disse isso aqui e estou repetindo apenas. Por quê? Porque ele não deixa votar a
Emenda nº 29 da Constituição que regulamenta a área da Saúde, que teria que ter
10% da arrecadação tributária da União distribuídos para os Municípios, que têm
a responsabilidade da Saúde e que não recebem recursos. Ao contrário: Porto
Alegre, a partir da Presidência Lula, passou a receber menos do que recebia
antes, e eu não erro números, eu os acompanho.
Por outro lado, Sr. Presidente, são 38 Emendas a
serem votadas em destaque. Nós estamos perdendo muito tempo, porque parece que
nós não queremos votar, mas nós temos data para entregar ao Prefeito este
Projeto votado.
Também, Sr. Presidente, preocupam-se em fazer
Emendas, mas não somam, não sabem aritmética. Por exemplo, sobre Publicidade há
mais Emendas do que a verba que a publicidade teria. Sobre a Reserva de
Contingência, há um total maior do que a Reserva de Contingência, e assim há
outras. Portanto, não queriam realmente deixar o Plano Plurianual, que é o
Plano de Governo do Prefeito; não queriam deixar. Talvez, se derrubarem toda a
verba de Publicidade... Publicidade não é só fazer propaganda no Cidade Viva,
não é só fazer propaganda de obras que não foram realizadas, não é fazer
propaganda que o DMAE fez, dizendo que distribuía 27% de esgoto; distribuía,
mas não coletava. Distribuía. Esse tipo de coisa não pode acontecer.
O Prefeito Tarso Fernando Genro, quando a Câmara
aprovou uma Emenda da UAMPA, que pedia um pequeno recurso para uma determinada
obra que interessava a UAMPA, fez uma suplementação de verba para o seu Cidade
Viva, de 13 mil e 206 porcento.
Portanto, falta moral à Câmara Federal inteira, e
ao Presidente da República, porque no ano passado eles prometeram votar a
Emenda depois da eleição; este ano já passou o primeiro semestre, e o primeiro
mês do segundo semestre e ninguém falou em Emenda nº 29, a não ser na
quinta-feira, quando o Senado Federal lembrou que tinha aprovado a
regulamentação da Emenda nº 29. A Câmara não faz, porque quem manda na Câmara
Federal é o Dr. Lula, que não quer que vote, porque ele não quer dar recurso
para a Saúde; aliás, ele queira fazer com que os hospitais-escolas também
fossem considerados como gastos da Saúde, e não gastos do Ministério da Educação.
É o homem com quem o Dr. José Oliboni pode, sem dúvida nenhuma, falar até por
telefone e dizer: “Oh! Lula, manda votar a Emenda nº 29, dá dinheiro para a
Saúde aí”. Que barbaridade é esta? Por que estão guardando dinheiro? Por que
estão dando dinheiro para o Paraguai? Por que estão dando dinheiro para o
Exterior e não dão para a Saúde no Brasil? “Oh! Lula, amigo! Aqui é o José
Oliboni que está falando. Dá o dinheiro da Saúde aí!” E aí me parece que a
coisa vai funcionar melhor! Aí não precisam fazer Emendas! Aí vai sobrar
dinheiro! Aí vai estar tudo muito bem! Mas o nosso Vereador Aldacir José
Oliboni não quer falar com o Presidente da República, porque ele também
concorda que não seja votada a PEC 29. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
Em
segundo lugar, gostaria de reiterar o pedido que o Ver. Pujol fez nesta
tribuna, que acho que foi um pedido bastante justo do ponto de vista da turma,
do pessoal, dos artistas que nos esperam nas galerias, dos artistas que
construíram a Emenda da Terreira da Tribo, da construção de uma escola de teatro
popular com uma visão de democratização e descentralização ao acesso da cultura
na cidade de Porto Alegre, e, inclusive, é importante saber que, quando teve o
projeto de descentralização na Prefeitura, ele foi inspirado nesse Grupo,
porque a trajetória do Grupo marca a história de Porto Alegre. Eles
construíram, com os Partidos, com os líderes, a necessidade de aprovação desta
Emenda. Nós a apoiamos, estamos há um mês colhendo e debatendo esta Emenda aqui
na Casa; o Projeto conta com a assinatura do Toni, conta com a assinatura do
Beto Moesch, conta com a assinatura da Verª Sofia, conta com a assinatura do
Ver. Ervino Besson, conta com o apoio dado nesta tribuna do Ver. Mauro Zacher,
da Verª Maristela Maffei, inclusive do Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein,
que é favorável à aprovação desta Emenda. Mas esta Emenda tinha sido apontada
para ser aprovada junto com o Relatório do Ver. Airto Ferronato, que também se
mostrou favorável à aprovação da nossa Emenda. É importante que a gente dê os
bônus para os que votam a favor da nossa Emenda, que a gente diga nominalmente,
quando há uma sinalização política, inclusive da Bancada de situação, daqueles
que são Governo.
Nós
não nos omitimos, quando o Governo Fogaça faz uma coisa boa, de vir aqui nesta
tribuna e parabenizar. Nós nunca nos omitimos de dizer o que tem de bom, assim
como não nos omitimos de cumprir o nosso papel de oposição e cobrar o que deve
ser cobrado. O que não é possível é submeter interesses populares dos artistas
de Porto Alegre apenas à vontade política. Acho que não é esse o intuito de
ninguém aqui.
Portanto, eu peço que se retire o destaque da
Emenda nº 51. Já está sinalizado que as Bancadas, por unanimidade, aprovam a
Emenda dos artistas, facilita para os artistas da cidade que a construíram;
mostra maturidade desta Câmara e, aí, não precisamos mais, entre aspas, ficar
refazendo uma discussão que tem consenso.
É importante dizer que houve o aval do Governo, que
houve o aval do PMDB, do PDT, do PPS, do PP, do PT, do PSB, do Democratas, do
PSOL. Ficará registrado na história que 36 Vereadores estão a favor dos
artistas da Terreira da Tribo. Nós não precisamos destacar para deixar isso
claro. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05,
destacada, ao PLE nº 016/09.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, primeiro quero fazer este registro que a Fernanda fez, com
muita clareza, e parabenizá-la, inclusive pela bela construção, e todos os
militantes da área do teatro e das artes cênicas; da bela construção
suprapartidária que trouxe consenso em torno dessa Emenda, a que,
lamentavelmente, o Líder do Governo faz um destaque, porque esta Emenda já
estava incorporada no Projeto pelo Relatório do Ver. Airto Ferronato -
resultado da construção de consenso. Agora, o Ver. Valter Nagelstein fez um
destaque da Emenda nº 51. Para quê? Para barganhar, mas barganhar
desrespeitosamente com o movimento de vocês, porque é uma vergonha - isso, sim,
Ver. Valter - usar o movimento, usar o consenso construído para constranger e
para obrigar a oposição a votar sumariamente as Emendas aqui no Projeto. Isso
não é aceitável, Ver. Valter! Não é aceitável, porque cada Emenda...
(Aparte antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu vou pedir
licença. Não tenho como dar Questão de Ordem no meio da fala, Ver. Valter!
(Aparte antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
eu vou pedir que o senhor segure o meu tempo para eu poder encerrar.
(Aparte antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver. Valter,
Ver. Valter; eu quero chamar a atenção da Verª Sofia para o fato de que a
Emenda em discussão, neste momento, é a Emenda nº 05. Pode continuar, por
favor.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sim, senhor;
voltarei ao tema da Saúde. Quero apenas dizer que não vamos aceitar, portanto,
chantagem e uso do movimento social para que a gente vote sumariamente, sem
debater uma a uma as Emendas da Saúde, porque nós temos Emendas para a Saúde,
temos Emendas para o metrô, que o Prefeito Fogaça não quer encaminhar e que é
uma necessidade de toda a Cidade. Temos Emendas na área da criança e do
adolescente, e vamos discutir uma a uma, Ver. Valter, uma a uma, é não é porque
brincamos aqui, e não é por que queremos cansar as pessoas, e, por isso, nós
fizemos a proposta de adiantar a Emenda nº 51, porque o senhor a destacou, o
senhor colocou dúvidas sobre o consenso construído aqui.
Sobre a Saúde, eu quero dizer, Ver. Dib, que o
senhor tem que fazer a crítica ao Governo do Estado, que não repassa o recurso
constitucional para a Saúde de Porto Alegre. Devia, há dois anos - não sei em
quanto está hoje -, mais de 30 milhões de reais para Porto Alegre; agora são 40
milhões de reais em recurso que o Governo do Estado não repassa para a sua
Capital; recursos constitucionais obrigatórios, Ver. Dib. Obrigatórios! A
Governadora Yeda não cumpre o constitucional; ela tem que gastar 12% com Saúde,
gastava 7%, e, este ano, está em 4%! E o caos está instalado na Saúde do Estado
do Rio Grande do Sul. E ainda há pessoas que dizem que ela faz uma excelente
gestão fiscal; à custa da Saúde e da vida dos cidadãos do Estado do Rio Grande
do Sul!
Então, Ver. Dib, o senhor faz crítica ao Governo
Federal; o senhor faz crítica ao Congresso Nacional, algumas pertinentes, mas
nós temos que registrar aqui que nunca teve tanto recurso federal para tantos
programas quanto estamos vendo agora nos Municípios. E veja bem, Ver. Dib, a
Presidenta do Conselho de Assistência está denunciando que quatro milhões de
reais estão sendo devolvidos da área de Assistência Social de Porto Alegre. Se
nós pegarmos outros temas, vamos ver que não há projetos nesta Cidade para usar
o recurso federal que vem para todas as áreas. O metrô, por exemplo, se não
tiver metrô em Porto Alegre é porque o Prefeito não priorizou, não tem projeto,
não está no Plurianual.
Portanto a Saúde está mal, Ver. João Dib, por falta
de gestão, por falta de prioridade, por falta de hombridade do nosso Prefeito,
pois nem o Prefeito nem o Secretário, com toda essa gripe A, eu ouço falar,
intervir, brigar para ter recurso na Saúde, para melhorar o pronto atendimento
nesta Cidade, para melhorar a medicação e a internação. A Saúde está muito mal,
e nós não temos Prefeito nem Secretário atuando.
Portanto, as Emendas da oposição são no sentido de
cobrar promessas de campanha, no sentido de dar respostas à população, no
sentido de projetar, para os próximos quatro anos, uma cidade melhor para se
viver. Este é o sentido das Emendas, e nós vamos discuti-las, uma a uma, e
esperamos que, aos poucos, de tanto escutar, o Governo entenda que nós não
falamos de ideias próprias ou de bravatas, mas de nossas andanças na Cidade, da
demanda da população, da dor da população que chega a todos os Vereadores desta
Casa. As Emendas não são gratuitas e nem fortuitas; são a leitura da Cidade,
são contribuições à Cidade de Porto Alegre que o Governo não quer ouvir.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05,
destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acredito que é
possível brigar com ternura, pois essa disputa é política, ela tem, sim, seus
fundamentos e até suas necessidades de discussão, até porque, como falei lá no
início, fui eu o Relator, mas não sou o titular nem o dono da última palavra.
Agora, eu acredito também que é preciso ter o bom-senso e compreender que nós
temos visitantes, que estão na Câmara desde as 14h, e, neste ritmo em que a
coisa vai, antes das 2h ou 3h da madrugada nós não vamos terminar. Então, pelo
bom-senso, eu faço um Requerimento que talvez até já tenha sido feito. Se não
há entendimento para as Bancadas retirarem todos esses destaques - e nós, da
oposição, estamos perdendo todos, e é do jogo -, então que, num Requerimento
que faço agora, Presidente, se vote, depois desta Emenda, a Emenda nº 51. (Palmas.)
Eu quero só exemplificar por que as Emendas do Ver.
Oliboni são de altíssima relevância sob todos os aspectos sociais de Saúde
pública. Por exemplo, a Emenda nº 06, me parece que já está inserida como um
Projeto do SUS no Projeto original do Prefeito. Assim me pareceu. Eu acredito
que o caminho melhor seria que se retirassem os destaques e que votássemos o
Parecer. Claro que também não podemos ser radicais e retirar todos. Acredito
que é possível a gente dar uma avaliada e manter algumas Emendas. Agora, 38
Emendas para destacar, para discutir, com dez partidos podendo discutir...
A Emenda nº 51, que deve estar em torno da 15ª, 16ª
ou 17ª, fatalmente vai ser votada lá pela madrugada. Então, mantenho este
Requerimento. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação a
prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo
Pujol, a Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº 016/09. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA a Emenda por 06 votos SIM, 12 votos NÃO e
01 ABSTENÇÃO.
Vou explicar mais uma vez, Ver. Airto Ferronato,
que se não houver acordo para antecipar a votação, pelo Regimento Interno, eu
não posso antecipar votação. Portanto, sou obrigado, pelo Regimento Interno, a
seguir a votação das Emendas pela ordem em que foram anunciadas.
Em votação a Emenda nº 06, destacada, ao PLE nº
016/09. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, como autor, para
encaminhar a votação da Emenda nº 06, destacada, ao PLE nº 016/09.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Adeli Sell, a Emenda nº 06, até pediria aos colegas Vereadores
apenas uma explicação para não estar aqui aumentando o debate sem muita
necessidade, conforme disse o professor Airto Ferronato, nosso Relator, quando
diz que percebeu que esta Emenda ao Plano Plurianual estaria praticamente
contemplada ao Programa de Saúde de Porto Alegre. Eu diria o seguinte, a Emenda
nº 06 trata do Programa Acolhimento. Nós votamos um Projeto de Lei aqui na Casa
que institui o Programa Acolhimento em Porto Alegre. O Programa Acolhimento
visa ao atendimento da patologia, conforme a urgência da doença. Por exemplo,
lá no Hospital Conceição, no Hospital de Clínicas, no Hospital Mãe de Deus, na
Unidade de Saúde Bom Jesus, o cidadão chega e, conforme a urgência, recebe uma
ficha com a cor correspondente. O Programa Acolhimento é instituir nas Unidades
24 Horas de Porto Alegre e nos prestadores de serviços conveniados o Programa
Acolhimento. Então, veja só, nós aprovamos um Projeto aqui na Câmara, e ele não
foi implementado. Eu vou acreditar então, pelo que o nobre Relator falou, que
de fato o Governo vai implementar. Ele tem quatro anos para implementar, e eu
espero que ele adote essa medida, porque uma das melhores coisas que poderiam
acontecer seria as pessoas serem atendidas rapidamente, de acordo com a sua
urgência, coisa que até então não está acontecendo. Eu pediria aos colegas que
se detenham na próxima Emenda, a nº 07, aí farei questão de explicar durante
todo o tempo a que tenho direito, que são cinco minutos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 06, destacada, ao
PLE nº 016/09.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; a preocupação parece
que é que se vá levando o tempo e não se decida nada. Nós, se somarmos as
Emendas que são levadas à conta da publicidade, se somarmos as Emendas que
forem levadas à conta da Reserva de Contingência e outras mais, o Relator não
podia aprovar Emenda. Por que ele teria que escolher esta ou aquela se todas se
fazem com volume superior ao que tem para publicidade, superior ao que tem para
Reserva de Contingência? Então não estavam querendo votar para encontrar
solução. Estavam querendo votar para marcar presença!
Eu vou insistir, o Rio Grande do Sul tem menos
dinheiro, porque o Presidente Lula mandou menos dinheiro para Porto Alegre. Se,
em 2002, Porto Alegre recebeu 307 milhões de reais e recebeu, apenas em 2007,
325 milhões de reais, portanto, superou os 307, mas, se aplicassem os índices
de correção monetária, nós teríamos ainda mais 104 milhões de reais para Porto
Alegre. E terminem essa história de dizer que a Governadora não paga, porque o
condenado na Justiça foi o Olívio Dutra! Este foi o condenado na Justiça por
não pagar! E foi determinado que pagasse, mas não pagou. Então, vamos terminar
com esta história, vamos falar a verdade, vamos ser sérios! E o Lula não deixa
votar a Emenda Constitucional nº 29, fazer a sua regulamentação, até o
desmoralizado Senado declarou isso na quinta-feira. Eu assisti, no ano passado
todo: vota hoje, vota amanhã... Meu amigo Henrique Fontana, liderando o
Governo, não deixando votar.
Então, a imoralidade está lá no Lula, a imoralidade
está lá na Câmara Federal. Por isso nós não temos Saúde. Saúde e PAZ! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu tinha me inscrito para encaminhar, mas o pronunciamento do
Vereador-autor, que abre mão da Emenda inclusive, pedindo que nós passemos por
cima e já discutamos a Emenda nº 07, faz com que eu deixe de encaminhar, e o
cumprimento por isso, até pela liberação que faz do nosso voto.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, solicito a V. Exª verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estamos no
processo de votação, vou abrir os terminais para a votação da Emenda nº 06, e,
automaticamente, verifica-se o quórum.
Ao votar a Emenda, não tendo o quórum,
evidentemente rompe o processo de votação da Emenda e verifica-se o quórum.
Em votação nominal, solicitada por esta Presidência,
a Emenda nº 06, destacada, ao PLE nº 016/09. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) Seis votos SIM, 06 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Conforme manda o Regimento, treze Vereadores
votaram, portanto, não há quórum.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente,
eu queria informar aos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça que,
em virtude das notícias que são de certa forma alarmantes, sem querer criar
pânico, nós também entendemos por cancelar a reunião da Comissão de
Constituição e Justiça no dia de amanhã, pela manhã.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Presidente
deu um aviso, cancelando a reunião da Comissão de Constituição e Justiça.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h40min.)
* * * * *